Rússia. Clínicas preparam-se para escassez de botox à medida que as importações diminuem

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As clínicas russas preparam-se para a escassez de toxina botulínica, mais conhecida como botox, substância com fins medicinais e estéticos, uma consequência da saída de empresas do país devido à guerra com a Ucrânia.

O botox atua no tratamento de diversas doenças – como microcefalia, paraplegia e espasmos musculares – e na contração muscular, sendo muito utilizado como procedimento estético, principalmente para diminuir rugas e marcas de expressão.

Entre janeiro e março deste ano, e em comparação com o mesmo período do ano passado, as importações de botox caíram três vezes, passando para 74.500 unidades, de acordo com a consultoria RNC Pharma, citada na quinta-feira pelo Moscow Times.

“A oferta de botox é cada vez menor e já causa preocupação entre as clínicas”, disse Yulia Frangulova, cofundadora da associação russa de clínicas de medicina estética NAKEM. Também a rede de clínicas de saúde Medsi disse ao Kommersant que as suas provisões de botox e de outros medicamentos injetáveis ​​só durariam três meses.

As preocupações agravaram-se após a AbbVie ter anunciado, em março, a suspensão do envio da sua produção de botox para a Rússia, em apoio à Ucrânia. Em 2021, um quarto das importações russas dessa substância eram provenientes da farmacêutica norte-americana.

Depois de anunciarem suspensões semelhantes à da AbbVie, a francesa Ipsen e a alemã Merz restauraram as suas exportações para a Rússia. De acordo com a RNC Pharma, só este ano as importações da Ipsen já caíram 31% e da Merz 3%.

A diminuição das importações de botox coincidiu com um aumento anual de 12% na procura, de acordo com uma pesquisa da NAKEM, realizada em 134 clínicas.

Caso aumentem os preços ou as interrupções de fornecimento, as clínicas russas ponderam adquirir botox produzido no país. As empresas nacionais aumentaram a sua produção em quase 70%, totalizando 105.000 unidades este ano.

ZAP //

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