Após inicialmente ter negado, através da Turquia, qualquer envolvimento, a diplomacia russa assumiu a autoria do ataque ao porto de Odessa.
Este sábado, as autoridades ucranianas relataram um ataque russo ao porto comercial de Odessa, ponto-chave para a exportação de cereais pelo Mar Negro. O Governo ucraniano acusou a Rússia de “cuspir na cara” da ONU e da Turquia com o ataque.
Apenas um dia antes, a Ucrânia e a Rússia tinham assinado acordos separados com a Turquia e a ONU para desbloquear a exportação de cerca de 25 milhões de toneladas de cereais presos nos portos do Mar Negro.
Inicialmente, a Rússia negou “qualquer envolvimento” no ataque ao porto de Odessa. “Os russos disseram-nos que não tinham absolutamente nada a ver com este ataque e que estavam a analisar o assunto”, disse o ministro turco da Defesa.
Entretanto, a porta-voz da diplomacia russa assumiu a responsabilidade pelos mísseis lançados: “Mísseis Kalibr destruíram infraestruturas militares no porto de Odessa, com um ataque de alta precisão”, escreveu Maria Zakharova no Telegram.
The consequences of the strike on the port in #Odesa were shown in #Ukraine, reports “Suspіlne Odesa”. pic.twitter.com/2tkiuxMuHo
— NEXTA (@nexta_tv) July 23, 2022
O Presidente da Ucrânia já reagiu, descrevendo o sucedido como uma “barbaridade” e salientando que o ataque deita por terra a hipótese de diálogo entre os dois países.
“Se alguém no mundo ainda pode dizer que é necessário algum tipo tipo de diálogo ou acordo com a Rússia, olhe para o que está a acontecer”, disse Volodymyr Zelenskyy, frisando que os mísseis “destruíram a possibilidade” de diálogo.
Os Estados Unidos também condenaram os ataques, dizendo que “lançam sérias dúvidas” sobre o compromisso que a Rússia assumiu de desbloquear as exportações de cereais.
“Este ataque lança sérias dúvidas sobre a credibilidade do compromisso da Rússia com o acordo de ontem [sexta-feira] e mina o trabalho da ONU, Turquia e Ucrânia para entregar alimentos aos mercados globais”, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em comunicado, citado pelo Expresso.
“O Kremlin continua a mostrar desprezo pela segurança de milhões de civis enquanto perpetua seu ataque à Ucrânia”, acrescentou.
A Rússia continua a ser de fiar…
Aprendam que ninguém negoceia com canalhas assassinos porque qualquer acordo com eles é suicídio para quem neles confia.