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RTP suspende episódio de série infantil após onda de críticas. Falava de aborto e homossexualidade

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A directora da RTP2, Teresa Paixão, anunciou a suspensão temporária de um episódio da série de animação “Destemidas” do espaço Zig Zag da RTP Play após a onda de críticas que surgiram. Em causa está o facto de falar de homossexualidade e aborto.

A série de animação “Destemidas” fala de mulheres importantes da História e é exibida pelo espaço infantil da RTP2 “Zig Zag”. Mas depois da exibição do episódio sobre a femininista francesa Thérèse Clerc, já falecida, chegaram várias críticas à Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) e ao Provedor do Telespectador da RTP, Jorge Wemans.

Thérèse Clerc foi activista pelos direitos das mulheres, lutando, nomeadamente, pela legalização do aborto. Na série “Destemidas” é abordada a sua luta pela legalização da interrupção voluntária da gravidez, bem como a sua homossexualidade. E terão sido estes dois temas a causar indignação.

Nas redes sociais, há quem se indigne com um momento em que se fala de como Clerc descobriu o marxismo e onde um livro de Karl Marx surge iluminado como que por obra divina.

No blogue Senzapagare aponta-se que o “Zig Zag” é “dedicado a crianças entre os 18 meses e os 14 anos”, criticando-se que “Destemidas” faz uma “escandalosa defesa e promoção do aborto“, “como se a morte de um bebé inocente pudesse ser uma coisa boa”. “Faz-se, também, o elogio a uma mulher, com 4 filhos, que sai de casa para ir viver com outra mulher”, aponta-se, concluindo que “o ódio ao Catolicismo percorre o vídeo inteiro”.

Os autores do blogue lamentam ainda que os contribuintes portugueses – porque “a RTP é financiada com o dinheiro de todos os portugueses” – e a União Europeia – já que a série teve o apoio de um programa comunitário – estejam a patrocinar “esta doutrinação dirigida às crianças”.

Perante a onda de críticas, a directora da RTP2 informa, numa publicação no Facebook, que “o episódio sobre Therese Clerc foi temporariamente suspenso do espaço Zig Zag da RTP Play”, notando que “a linguagem utilizada no que diz respeito ao aborto não era a mais adequada para o público alvo (10-13 anos)”.

Teresa Paixão esclarece que o episódio voltará àquele espaço da RTP Play “assim que estiver refeita a dobragem”. Mas “os 30 episódios que compõem a série podem ser vistos integralmente, com a tradução aproximada ao texto original na RTP Play, incluindo o episódio que deu lugar a esta questão, no espaço das séries da RTP2″, vinca a directora do canal.

Teresa Paixão afiança ainda que a série continuará a ser emitida no seu horário normal, às 11:30 horas, na RTP2.

Em declarações ao Observador, Teresa Paixão salienta que “dada a delicadeza do tema“, podiam ter “suavizado e enquadrado melhor estes direitos, que são mais complexos”.

A directora da RTP2 salvaguarda ainda que o canal não pretende “fazer apologia a nada, tanto ao catolicismo como a qualquer outra religião”.

Mas “compete à televisão pública falar de todos os assuntos e de todas as formas de vida”, frisa Teresa Paixão ao Observador, vincando que “nada do que a senhora defendeu é ilegal em Portugal”.

O Provedor do telespectador defendeu, numa nota divulgada por alguns media, que deve ser escolhido um horário “mais apropriado para adolescentes” e que “não incluíssem o episódio”, embora salientando que não concorda com a maioria das críticas que foram feitas.

Fonte da ERC refere ao Correio da Manhã que as queixas recebidas estão “em apreciação”.

ZAP //

5 Comments

  1. Temas fraturantes na Sociedade, tratados de forma imprópria num programa destinado a crianças. Penso eu, que entre explicar e banalizar algo que não é Normal na opinião geral; a capacidade de consciencializar de crianças de baixa idade, pode influenciar a visão futura e capacidade de escolha consciente do modo de vida afectiva. São modos de vida e escolhas libres e conscientes de cada um, que cuja intenção de as apresentar como “Normais”considero inadequadas, expostas desta forma a crianças. Penso que cabe aos Pais, nesta tenra idade, de eventualmente assumir as respostas que os filhos possam vir a suscitar !

  2. Pois, não tenho qualquer dúvida de que o episódio em causa está pejado de ódio e doutrinação.
    Na mina modesta opinião, um muito mau serviço público.
    Já agora: existe algum problema em um homem ter voz masculina??? Ou será que o ódio pelos homens é tanto que até na dobragem eles não são bem-vindos???

  3. Nada contra a opção de cada um, agora influenciar crianças menores de idade, … isto para mim é pedofilia. Ainda mais um serviço público.
    Aos 18 anos somos considerados adultos pela lei, então a partir daí o adulto decide, até lá há valores que tem de ser mantidos.

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