Ronaldo vs. Messi acabou. E o português não vai jogar na…Liga dos Campeões

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(dr) Al-Nassr

Cristiano Ronaldo apresentado no Al-Nassr

Avançado português assinou pelo Al-Nassr. Entre um “dia horrível” para os adeptos de futebol e o respeito pela decisão.

Cristiano Ronaldo vai mesmo jogar pelo Al-Nassr. O anúncio foi feito nesta sexta-feira, quase a fechar 2022.

Um desfecho esperado por muitos, um desfecho que muitos outros preferiam que não acontecesse.

“É um dia horrível para qualquer adepto de futebol”. “Cristiano Ronaldo é agora um ex-futebolista”. “Uma humilhação para ele”. “A saída do Real Madrid em 2018 marcou o seu fim”.

São frases que o ZAP apanhou pelo Twitter, na noite passada, pouco depois da confirmação do negócio.

Também se vai recordando uma entrevista que Cristiano cedeu em 2015, na qual disse que não se via a terminar a carreira nos EUA, no Qatar ou nos Emirados Árabes Unidos. Porque queria chegar ao fim da carreira num campeonato de “nível de topo”.

Mas também se apela ao respeito, à compreensão da decisão: mais do que pelo salário, o português pode ter escolhido a Arábia Saudita para se afastar (parcialmente) dos jornais europeus, das manchetes constantes – depois de um 2022 negativo, profissional e pessoalmente.

O jornal Marca classifica este negócio como a “contratação mais importante da história do futebol asiático”. Poucas dúvidas haverá. Provavelmente até em Portugal passaremos a ver pela televisão a Liga saudita.

A questão Liga dos Campeões

No entanto, o Al-Nassr não é o clube que domina o futebol na Ásia. Aliás, nem domina no seu país.

Têm nove campeonatos nacionais no currículo mas só três conquistados neste século. É metade dos títulos do rival Al-Hilal.

E nunca conquistou a Liga dos Campeões Asiática (ao contrário do Al-Hilal, que já foi campeão continental quatro vezes).

Ronaldo começou a temporada algo contrariado no Manchester United, entre outros motivos, porque não iria jogar na Liga dos Campeões. Na Ásia também não vai: há três equipas da Arábia Saudita nos oitavos-de-final mas nenhuma é o Al-Nassr.

A sua nova equipa nem se qualificou, em 2020/21. A actual edição da Liga dos Campeões da Ásia, como arrancou ainda em Março de 2022, leva em conta as classificações de 2020/21 – e nesse campeonato o Al-Nassr ficou no sexto lugar. Na época passada subiu para o terceiro posto final.

Agora está no segundo lugar do campeonato, a dois pontos do líder Al-Shabab. Foram disputadas 10 jornadas até agora.

Os adeptos portugueses conhecem bem três jogadores do Al-Nassr: Talisca, Aboubakar e Konan, que passaram por Benfica, FC Porto e Vitória de Guimarães, respectivamente. O treinador Rudi Garcia lidera um plantel que tem ainda Luiz Gustavo, campeão europeu no Bayern, e David Ospina, ex-Arsenal.

Seguidores e Messi

O efeito Ronaldo já se faz notar:

Antes do anúncio da sua contratação, o Al-Nassr tinha 860 mil seguidores no Instagram. Ontem à noite, pouco depois do anúncio, já tinha quase o dobro. Na manhã seguinte já são 3.6 milhões (quatro vezes mais).

Outro registo histórico decorreu nesta sexta-feira: acabaram os confrontos oficiais entre Cristiano Ronaldo e Lionel Messi.

Dificilmente o português voltará a jogar num clube de topo europeu. Dificilmente o argentino jogará na Ásia, pelo menos nos próximos tempos. E também não deve haver novo Portugal-Argentina, em jogos oficiais.

Para trás ficam dezenas de duelos, incluindo a final da Liga dos Campeões em 2009, mas especialmente nos muitos Real Madrid-Barcelona. E fica um “obrigado” por parte dos adeptos de futebol.

Cristiano Ronaldo diz que está entusiasmado: “Estou entusiasmado por uma nova experiência numa liga diferente e num país diferente. A visão que o Al Nassr tem é muito inspiradora. Estou muito entusiasmado por me juntar aos meus companheiros de equipa e por ajudar a equipa a alcançar mais sucessos”.

Estima-se que o contrato seja válido até ao Verão 2025 e que Cristiano vá receber um salário de 200 milhões de euros por temporada, provavelmente o mais alto de sempre de um desportista.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

2 Comments

  1. Terminou para o futebol. Vai deixar de ser notícia. Ninguém quer saber do que se passa no futebol da Arábia saudita. Morreu para a bola. Péssima gestão do fim da carreira. Merecia muito melhor. Tenho pena deste fim.

  2. Acho que fez muito bem! Nenhuma das virgens ofendidas das redes sociais teria recusado um salario daqueles (eu sei que não teria recusado), para alem de que com a capacidade física atual, dificilmente continuaria com o desempenho necessário nos campeonatos europeus! Acho que pode assim terminar a carreira com mais alguns records que poderá atingir naquela liga que ainda pouco ou nada mostra. E a verdade é que também deixam de estar constantemente a falar dele nas noticias e pode finalmente continuar a dedicar-se aquilo que gosta e melhor faz: jogar futebol!

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