Passado mais de um ano desde que foi anunciado o estudo, em fevereiro de 2017, o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge diz que só agora iniciou a “análise e discussão das opções a tomar”.
O Ministério da Saúde anunciou, em fevereiro de 2017, um estudo sobre os riscos associados à dádiva de sangue por homossexuais e bissexuais para verificar se existe maior probabilidade de haver sangue contaminado com vírus sexualmente transmissíveis, uma dúvida que consta de uma norma de orientação clínica da Direção-Geral da Saúde (DGS), publicada em 2016.
Porém, segundo o Público, passado mais de um ano, o estudo, que devia ser executado e coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (Insa), ainda não começou.
Na semana passada, o assessor de imprensa do Insa, Nuno Crespo, garantiu ao jornal que já “está concluída a fase de pesquisa e planeamento“. Sobre o atraso não adiantou razões, mas acrescentou que está agora “a decorrer o processo de análise e discussão das opções a tomar” em termos de “metodologia, implementação, cronograma e avaliação de custos”.
Segundo o assessor, o estudo em causa “reveste-se de alguma complexidade” e poderá “demorar cerca de um ano a concluir”. Ao jornal, Nuno Crespo diz ainda que o Insa entregou recentemente um “documento de trabalho” que consiste numa “proposta metodológica” à DGS e ao Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST).
De acordo com o Público, o conselho diretivo do IPST adiantou que o documento será “alvo de discussão e análise” em reunião tripartida ainda este mês, no entanto, isso parece contradizer a resposta do Ministério da Saúde, segundo o qual “por uma questão de salvaguarda da independência do estudo, ficou decidido que nem a DGS nem o IPST integrarão a equipa de investigação”.
Confrontado com esta contradição e com o atraso do estudo, o Ministério decidiu não comentar mas considera “normal que se realizem reuniões de trabalho” entre as três entidades.