O Universo, há 13 mil milhões de anos atrás, era muito diferente do Universo que conhecemos hoje. Sabemos que as estrelas se formavam a um ritmo muito elevado, dando origem às primeiras galáxias anãs, cujas fusões fizeram surgir as galáxias atuais mais massivas, incluindo a nossa. No entanto, não era conhecida a exata cadeia de eventos que produziram a Via Láctea. Até agora.
Medições exatas da posição, brilho e distância de aproximadamente um milhão de estrelas da nossa Galáxia, até 6500 anos-luz do Sol, obtidas com o telescópio espacial Gaia, permitiram que uma equipa do Instituto de Astrofísica das Canárias (IAC) revelasse alguns dos seus estágios iniciais.
“Nós analisámos e comparámos com modelos teóricos a distribuição de cores e magnitudes (brilhos) das estrelas na Via Láctea, dividindo-as em vários componentes; o chamado halo estelar (uma estrutura esférica que envolve galáxias espirais) e o disco espesso (estrelas que se formam no disco da nossa Galáxia, mas que ocupam uma certa gama de alturas)” explica Carme Gallart, investigadora do IAC e a autora principal do artigo científico, publicado na revista Nature Astronomy.
Estudos anteriores haviam descoberto que o halo Galáctico mostrava sinais claros de ser formado por dois componentes estelares distintos, um dominado por estrelas mais azuis do que o outro. O movimento das estrelas no componente azul rapidamente permitiu identificá-lo como os restos de uma galáxia anã (Gaia-Encélado) que colidiu com a Via Láctea primitiva. No entanto, a natureza da população vermelha, e a época da fusão entre Gaia-Encélado e a nossa Galáxia, eram desconhecidas até agora.
“A análise dos dados do Gaia permitiu-nos obter a distribuição de idades das estrelas em ambos os componentes e mostrou que os dois são formados por estrelas igualmente antigas, que são mais antigas do que as do disco espesso,” disse Chris Brook, investigador do IAC e coautor do artigo. Mas se ambos os componentes foram formados ao mesmo tempo, o que diferencia um do outro?
“A peça final do quebra-cabeças foi dada pela quantidade de ‘metais’ (elementos que não são hidrogénio ou hélio) nas estrelas de um componente ou outro,” explicou Tomás Ruiz Lara, investigador do IAC e coautor do artigo. “As estrelas no componente azul têm uma quantidade mais baixa de metais do que as do componente vermelho”. Estes achados, com a adição de previsões de simulações que também foram analisadas no artigo, permitiram que os cientistas completassem a história da formação da Via Láctea.
Há 13 mil milhões de anos começaram a formar-se estrelas em dois sistemas estelares diferentes dos que então se fundiram: um era uma galáxia anã que chamamos Gaia-Encélado e o outro era o principal progenitor da nossa Galáxia, quatro vezes mais massivo e com uma maior proporção de metais.
Há cerca de 10 mil milhões de anos, houve uma violenta colisão entre o sistema mais massivo e Gaia-Encélado. Como resultado, algumas das suas estrelas e de Gaia-Encélado foram colocadas num movimento caótico e, eventualmente, formaram o halo da Via Láctea atual. Depois, tiveram lugar surtos violentos de formação estelar até há 6 mil milhões de anos, quando o gás assentou no disco da Via Láctea e produziu o que conhecemos como o “disco fino”.
“Até agora, todas as previsões e observações cosmológicas de galáxias espirais distantes, semelhantes à Via Láctea, indicam que esta fase violenta de fusão entre estruturas mais pequenas era muito frequente,” explicou Matteo Monelli, investigador do IAC e coautor do estudo.
Agora fomos capazes de identificar a especificidade do processo na nossa própria Galáxia, revelando os primeiros estágios da nossa história cósmica com detalhes sem precedentes.
// CCVAlg
identifiquem a origem desta notícia: CCVALG – https://www.ccvalg.pt/astronomia/noticias/2019/07/26_via_lactea.htm
Caro leitor,
A origem da notícia está identificada.
A peça está assinada “CCVAlg”, com link para a notícia original.
O CCVAlg é parceiro do ZAP, e dá-nos o privilégio de poder contar com as suas peças, que pontualmente publicamos.
Pode consultá-las aqui: https://zap.aeiou.pt/author/ccvalg
Essa vossa resposta é desonesta na medida que quando a li, não tinha o link para a CCVAlg, por isso o meu post a alertar para o facto. O espaço onde normalmente colocam a origem das notícias, estava em BRANCO. Podiam ao menos reconhecer esse erro, somos humanos, todos erramos, mas preferiram outra via.
Caro leitor,
Tem razão, as nossas desculpas. Mas não se trata de desonestidade, apenas um lapso. Temos por hábito assumir os erros e agradecer os reparos.
O jornalista que editou a peça viu o seu comentário e corrigiu a assinatura, mas não lho agradeceu.
Mais tarde, o editor que validou o seu comentário verificou a peça, constatou que tinha assinatura, e presumiu que o mesma lhe tivesse escapado.
Está esclarecido.
E assim sendo, obrigado, está corrigido.
Mito!