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Descobertos restos mortais de 132 crianças sacrificadas por antiga tribo

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Uma nova descoberta arqueológica surpreendeu os investigadores que, durante oito anos, estudaram os vestígios da civilização Chimu em Huanchaco, no Peru.

Há 132 restos de crianças e 260 jovens lhamas que foram encontrados em Pampa La Cruz, uma área recentemente escavada localizada na entrada do balneário de Trujillo.

Esta descoberta soma-se à descoberta dos restos mortais de 137 crianças e 206 jovens lhamas na área de Huanchaquito-Las Llamas, a 1,5 quilómetros de Pampa La Cruz, apresentada em abril de 2018 e é considerada, até o momento, como o maior sacrifício em massa de crianças na América.

“Neste caso, são cerca de quatro eventos sacrificiais, desde o ano 1200 a 1520; isto é, uma a cada cada anos, que ocorreu durante o auge da civilização Chimu. Isso mostra que, mesmo com a conquista Inca, a vicilização Chimu continuou sacrifícios humanos“, disse o arqueólogo Gabriel Prieto.

Algo que surpreendeu os investigadores, nesta nova descoberta, é a presença de têxteis com representações de divindades e ornamentos em boas condições.

“O mais extraordinário é que encontramos um conjunto de dez túmulos e aparentemente crianças da elite de Chimu porque foram enterrados com artefactos e vestidos pintados. Encontramos até mesmo sementes de canela e acessórios com penas de aves exóticas da selva em excelente estado”, referiu Prieto.

Para os especialistas, a presença de sementes e penas de aves do leste peruano é um sinal da relação, aparentemente um comércio muito ativo, entre as sociedades costeiras e de selva.

O antropólogo John Verano, da Universidade de Tulane, especialista em sacrifícios humanos, afirma que não há nenhuma evidência científica de sacrifício de crianças desta magnitude noutras civilizações, nem mesmo em impérios, como o Inca, Maia ou asteca.

“Em todo o mundo há evidências de sacrifícios, mas ,em números, não se comparam aos feitos pelos Chimus. Neste caso, os estudos determinaram que as crianças, com idades entre cinco e 14 anos, estavam com boa saúde, o que indica com certeza que foi um sacrifício de grande valor”, afirma

Verano acrescenta que os sinais apontam para a presença de mais vestígios da cultura Chimu nesta área de Huanchaco. “Este é um exemplo de como a arqueologia nunca deixa de nos surpreender. Muito provavelmente, tenho a certeza, é que encontraremos mais vestígios arqueológicos, especialmente em Pampa La Cruz”, realça o antropólogo.

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