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Descoberto mecanismo de resposta imunitária a fungo mortal (que pode causar asma)

Josef Reischig / Wikimedia

Aspergillus fumigatus

Uma equipa internacional, que inclui investigadores portugueses, descobriu um mecanismo de resposta imunitária a um fungo que mata 200 mil pessoas por ano e provoca doenças pulmonares e alérgicas.

A investigação, publicada esta sexta-feira na Nature, junta a Universidade do Minho, o Instituto Português de Oncologia do Porto e o Hospital Universitário de Santa Maria da Universidade Lisboa a uma equipa internacional de investigadores, que explica que o fungo em causa mata 200 mil pessoas por ano.

A equipa, liderada pelo MRC Center for Medical Mycology da Universidade de Aberdeen (Reino Unido), descobriu um mecanismo de resposta imunitária a um componente “inesperado” do fungo – o Aspergillus fumigatus, que também provoca doenças pulmonares e alérgicas em milhões de pessoas.

De acordo com o estudo, o recetor agora identificado “reconhece um pigmento específico do fungo chamado melanina”.

Em Portugal, o trabalho foi coordenado pelo Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Universidade do Minho, tendo sido identificadas mutações neste recetor que aumentam o risco de contrair infeções em doentes submetidos a transplante em cerca de 25%.

A Universidade do Minho salienta que “esta descoberta poderá contribuir para o desenvolvimento de novos métodos de diagnóstico e terapias personalizadas para combater esta infeção”.

Além disso, refere ainda “que a infeção causada por este microrganismo é uma das complicações que mais preocupa os doentes submetidos a tratamentos médicos complexos, como transplante de medula, sendo fatal em metade dos casos“.

Os investigadores o ICVS Agostinho Carvalho e Cristina Cunha apontam ainda que se acredita que aquele fungo “seja responsável por uma série de doenças pulmonares, incluindo a asma, que afetam milhões de pessoas em todo o mundo”.

Este trabalho permitiu melhorar o nível de conhecimento do sistema imunitário. “Respiramos diariamente centenas de esporos deste fungo, embora sem consequências grave”, garantem os investigadores que fizeram parte desta investigação. Contudo, em situações de debilidade do sistema imunitário esta infeção é fatal na maioria dos casos.

“Esta investigação permitiu melhorar o conhecimento sobre como o nosso sistema imunitário responde a este microrganismo, sendo esta informação crucial para melhorar a capacidade de diagnosticar a sua presença em pessoas infetadas e conceber novas terapias capazes de ajudar no tratamento desta doença complexa”, realça Agostinho Carvalho.

O estudo envolveu ainda o National Institute of Allergy and Infectious Diseases, o National Institutes of Health (ambos dos EUA), o Instituto Pasteur (França), o Imperial College London (Reino Unido), a Universidade Friedrich Schiller de Jena (Alemanha), o Centro Médico da Universidade Radboud (Holanda).

ZAP // Lusa

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