A origem dos cavalos modernos deu-se há mais 4.000 anos, em solo russo.
Um estudo genético, publicado esta quinta-feira na Nature, revelou quando é que os cavalos modernos surgiram.
Os cavalos foram domesticados pela primeira vez há 5.500 anos pelo povo Botaï, no atual Cazaquistão. No entanto, essa cultura não se espalhou. Os botaïs acabaram por morrer e os cavalos foram devolvidos à natureza.
Mais de mil anos depois, uma nova linhagem de cavalos foi domesticada nas regiões pôntico-cáspias do sul da Rússia, acabando por dar origem a todos os cavalos domésticos atuais.
A análise do ADN das centenas de cavalos antigos, em que a investigação incidiu, revelou uma consanguinidade significativa há 4.200 anos nos cavalos pôntico-cáspios, fruto de uma reprodução intensiva.
O mais provável que este fenómeno de tenha dado porque os criadores tinham como objetivo desenvolver características específicas que tornassem os cavalos aptos para montar e conduzir carruagens.
Como explica a New Scientist, a reprodução intensiva dos cavalos, naquela época, resultou numa expansão maciça dessas linhagens por toda a Eurásia em poucos séculos.
O líder da investigação, Ludovic Orlando, do Centro de Antropobiologia e Genómica de Toulouse (França) disse, citado pela mesma revista, que, por volta de 2.200 a.C., os criadores controlavam tão bem a reprodução que “as gerações passaram a suceder-se mais depressa”.
A equipa de investigação teoriza ainda que os criadores estavam a tentar encurtar as gerações fazendo os cavalos acasalar em idades mais jovens, do que fariam naturalmente.
No entanto, Christine Aurich, da Universidade de Medicina Veterinária de Viena (Áustria), discorda desta teoria, sugerindo que o encurtamento das gerações se deve a melhores taxas de sobrevivência, já que os cavalos cuidados por humanos perdem menos crias recém-nascidas em comparação com os que vivem em condições selvagens.
“Deve assumir-se que, no caso dos cavalos que vivem ao cuidado de humanos, as perdas de éguas e dos seus poldros recém-nascidos foram consideravelmente reduzidas em comparação com os cavalos que vivem em condições de vida selvagem”, disse, citada pela New Scientist.