Média das notas do ensino privado quase dois valores acima da do público. Os alunos estão a chumbar cada vez menos. Insucesso escolar é maior entre os mais carenciados e “escolas de contextos mais desfavorecidos”.
A média das notas internas dos alunos do ensino secundário das escolas privadas são quase dois valores acima das dos estudantes das escolas públicas, segundo um relatório da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC).
A média das classificações internas no ensino público foi de 15 valores no ano letivo 2022/23, numa escala de zero a 20, enquanto no ensino privado a média foi de 16,9 valores, revela o estudo, que analisou as notas obtidas no final do ano às diferentes disciplinas dos alunos dos cursos científico-humanísticos (CCH) entre 2017/2018 e 2022/23.
Comparando com os dados divulgados no ano passado, a média das escolas públicas manteve-se inalterada e entre as privadas houve uma ligeira redução de 0,1 valores, segundo o documento divulgado esta quarta-feira.
Chumba-se menos
Ao longo desses quatro anos letivos, aumentaram sempre os alunos que terminaram o ciclo de ensino no tempo esperado, sendo o 2.º ciclo o que apresenta maior percentagem de sucesso em 2022 (96%).
Por oposição, os cursos profissionais destacam-se por terem as taxas mais baixas de sucesso, com apenas 71% dos alunos a terminarem os estudos com sucesso em 2022.
Os dados dão ainda destaque aos alunos dos cursos científico-humanísticos, que registaram o maior salto: Em 2018, tinham terminado o curso sem chumbar nenhum ano apenas 60% dos alunos, mas em 2022 a percentagem subiu para 80%.
Os alunos estão a chumbar menos, mas o insucesso escolar ainda atinge mais os estudantes mais carenciados e as “escolas de contextos mais desfavorecidos”, revela o relatório.
Insucesso maior entre os mais pobres
Os alunos estão a chumbar menos, mas o insucesso escolar ainda atinge mais os estudantes mais carenciados e as “escolas de contextos mais desfavorecidos”, revela um relatório da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC).
As raparigas continuam a ter mais sucesso, segundo o relatório, que salienta que esta desigualdade tem vindo a diminuir ao longo dos últimos anos em cada ciclo de ensino.
O estudo revelou ainda que há mais insucesso nas escolas de ensino básico onde a maioria dos alunos advém de um contexto mais desfavorecido, uma regra que não se aplica no secundário, uma vez que há menos chumbos nas escolas com menos percentagem de alunos carenciados.
No ensino básico, mais de 90% dos alunos de escolas com poucas crianças com ASE nunca chumbam, enquanto nas escolas em que a maioria dos alunos tem ASE o sucesso desce para os 85% no 1.º ciclo e 86% no 3.º ciclo).
Por oposição, nos cursos científico-humanísticos de “escolas de contextos mais desfavorecidos”, a taxa de sucesso é de 85%, enquanto numa escola onde há no máximo 25% de alunos com ASE, a taxa de sucesso desce para 78%.
Nos cursos profissionais, a diferença é entre 69% de sucesso numa “escola de contexto socioeconómico favorecido” para 72% numa escola onde há muitos alunos carenciados.
API, Educação Física e Inglês em destaque
As disciplinas anuais continuam a ser as que apresentam médias mais elevadas: 16,8 valores no ensino público e 18,3 valores no privado, destacando-se Aplicações Informáticas B.
Nas escolas públicas, a média de Aplicações Informáticas foi de 17,9 valores, e nos colégios foi de 18,7 valores.
Já as disciplinas trienais apresentam uma média ligeiramente mais baixa, com a disciplina de Educação Física a voltar a ser aquela onde os alunos têm melhores notas (16,8 valores no público e 18,2 no privado).
Entre as bienais, destacam-se os alunos de Inglês com 15,3 valores nas escolas públicas e 17,2 valores nos estabelecimentos privados.
Em 2022/23, devido à situação pandémica da COVID-19, as classificações finais das disciplinas continuaram a resultar exclusivamente da classificação atribuída pelos docentes ao desempenho dos alunos no decurso do ano.
Norte mais bem-sucedido
Numa análise por regiões, a evolução é positiva em todo o território, mas o norte volta a ser a região com taxas mais altas de sucesso por oposição ao Alentejo e Algarve.
No 1.º ciclo, a assimetria entre regiões “é evidente, com níveis de conclusão no tempo esperado entre 97% e 96% a serem obtidos no Alto Minho e no Ave, Cávado e Tâmega e Sousa em 2022, em contraste com os 84% observados no Baixo Alentejo e os 87% no Algarve”, refere o estudo.
O território do Alto Minho, do Ave e do Cávado surgem sempre entre as regiões com valores mais elevados, por oposição ao sul do país.
As regiões onde há maior equidade em 2022 são Ave e Alentejo Central, em contraste com os resultados negativos observados no Baixo Alentejo e na Grande Lisboa.
ZAP // Lusa
Uiii… tanta estatística para digerir.
«Alunos mais pobres (e de escolas públicas) têm os resultados mais fracos»: Duhhh….?
«As raparigas continuam a ter mais sucesso»: Aguarda-se a presença de feminista empedernida, para explicar isto à luz da teoria do Patriarcado. Os factos são sempre uma chatice…
A “alergia” que este momentâneo Governo , tem ao Setor Público , já não é uma duvida , mas sim uma realidade , C.S ajudando , O Montenegro lá vai desmantelando tudo o que é Publico en vez de melhorar as Instituições ao serviço dos mais economicamente modestos . Está visto que no Privado só de lá saem diplomas dourados !