O relatório da comissão de inquérito sobre o caso das mulheres indígenas que desapareceram e foram assassinadas entre 1980 e 2012 no Canadá concluiu que se trataram de “atos de genocídio”.
O documento intitulado Reclamando Poder e Espaço inclui testemunhos de 468 familiares de mulheres indígenas que desapareceram ou foram assassinadas no país ao longo de mais de 1200 páginas, noticiou o Expresso na segunda-feira.
A apresentação do relatório decorreu nesse mesmo dia, na cidade canadiana de Gatineau, e contou com a presença de centenas de familiares de vítimas e do primeiro-ministro Justin Trudeau que, emocionado, prometeu colocar um ponto final nesta tragédia.
Segundo a presidente da comissão de inquérito, Marion Buller, o relatório revela “importantes verdades” sobre as atrocidades cometidas contra esta comunidade, alertando também para a importância de se evitarem situações semelhantes no futuro.
“Estes factos levam-nos a reconsiderar onde as raízes da violência estão, assim como a necessidade de voltar a pensar em soluções. Espero mesmo que isso contribua para a melhor compreensão das vidas dos povos indígenas, assim como perceber quando está em causa a violação dos Direitos Humanos”, declarou Marion Buller, citada pelo National Post.
Em 2014, as autoridades canadianas indicaram que pelo menos 1017 mulheres indígenas foram assassinadas entre 1980 e 2012. Mas os números deverão ser superiores.
A ministra canadiana da Condição da Mulher, Patricia Hajdu, afirmou que a Associação de Mulheres Indígenas do Canadá estima quatro mil mulheres desaparecidas e mortas nas últimas três décadas no país.
Por sua vez, a ministra dos Assuntos Indígenas e do Norte, Carolyn Bennett, sublinhou que ativistas, familiares e líderes de comunidades indígenas já tinham alertado que o número avançado pelas autoridades não correspondia à realidade.
Durante a campanha eleitoral, Justin Trudeau prometeu que o caso das mulheres indígenas seria uma das prioridades da sua governação, tendo garantido em dezembro de 2015 que seria aberto um inquérito público. “As vítimas merecem Justiça e as suas famílias uma oportunidade para serem ouvidas”, defendeu o primeiro-ministro canadiano na altura.
De acordo com os dados oficiais, os membros das comunidades indígenas representam cerca de 4% da população do Canadá. Durante várias décadas, as mulheres indígenas dizem-se vítimas de crimes e pobreza no país.
Falta um elemento importante nesta notícia.
Quem são os perpetuadores desses homicídios?
Conforme a notícia está escrita, quase que se subentende que haveria alguma entidade do governo ou estado canadiano que seria responsável por essas mortes.
Mas será esse o caso?
Não são estes casos de “Violência doméstica”?
Se querem atribuir os casos de ‘violência doméstica’ a situações de pobreza e discriminação que levam ao alcoolismo e à destituição, tudo bem. Mas não deixem subentendido que há pessoas ou ‘entidades’ no Canadá que andam a matar ‘sqwaes’ (mulheres índias) por desporto ou agenda política.