Rei da Jordânia afirma que meio-irmão “delirante” vai ficar em prisão domiciliária

Abdullah II, Rei da Jordânia

O Rei Abdullah II da Jordânia garantiu que o seu meio-irmão, o príncipe Hamzah, acusado de envolvimento num golpe de estado no ano passado, está em estado de “delírio” e permanecerá sob prisão domiciliária.

As autoridades da Jordânia anunciaram em abril de 2021 que tinham impedido um golpe de Estado, marcando uma crise rara numa nação vista como um pilar da estabilidade regional, segundo a AFP.

Dois antigos funcionários foram condenados a 15 anos de prisão em julho, depois de terem sido considerados culpados de conspiração para derrubar o Rei, a favor do príncipe Hamzah, que escapou à acusação mas ficou em prisão domiciliária.

O Rei sublinhou, em declarações esta quinta feira, que o seu meio-irmão permaneceria em prisão domiciliária, e que lhe seriam impostas mais restrições.

“Foi emitido um Decreto Real, aprovando a recomendação do conselho formado em conformidade com o Direito da Família Real, para restringir as comunicações, o local de residência e a circulação do Príncipe Hamzah”, lê-se na declaração do palácio real.

Hamzah tinha anunciado no mês passado que iria “renunciar ao título de príncipe”, um mês depois de uma declaração da corte real dizer que tinha pedido desculpa ao rei pela tentativa de golpe de Estado.

Mas Abdullah II afirmou na quinta-feira que Hamzah tinha “esgotado todas as oportunidades de seguir o caminho certo” durante o ano passado. “O delírio em que ele vive não é novo”, sublinhou o Rei.

Os dois funcionários condenados são Bassem Awadallah, antigo chefe da corte real, e Sharif Hassan bin Zaid, da Arábia Saudita.

Ambos terão tido laços estreitos com Riade, e foram considerados culpados de “incitamento contra o sistema governante” e “atos que poderiam ameaçar a sociedade”

Hamzah não foi acusado no julgamento, mas a decisão do tribunal admitia que ele estava “determinado a cumprir a sua ambição pessoal de governar, em violação da constituição e costumes hachemitas”.