Reforma aos 49 anos? Sim (e resultou)

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Lee Harrison nunca pensou que iria deixar de trabalhar aos 49 anos. Agora tem 70 anos, está feliz e tem dinheiro.

Aviso: este relato não é de um aposentado português. Mas há episódios e sugestões que podem inspirar os nossos leitores.

Lee Harrison tem 70 anos mas já se reformou há mais de duas décadas. Sim, deixou de trabalhar aos 49 anos, muito mais cedo do que pensava.

Era escritor em Nova Iorque. A sua esposa era era gerente de projectos numa empresa de energia.

Nunca acumulou poupanças consideráveis – mas a diferença estava na empresa onde trabalhava, que tinha pacotes de reformas antecipadas vantajosas para quem se reformava aos 50 anos, por exemplo.

Um dia, leu um livro sobre como é viver na Costa Rica, um país onde o custo de vida é bem mais baixo do que nos Estados Unidos da América. Com um bom clima, já agora.

E fez-se luz: e que tal uma reforma (ou duas, para o casal) fora do país? E viver uma aventura?

“Até podia acontecer que eu me reformasse aos 49 anos e me tornasse um reformado feliz para o resto da vida. E foi isso que aconteceu até agora”, contou Lee, no jornal USA Today.

O reformado contrariou o que a esmagadora maioria dos seus compatriotas fazia no final do século passado: reformar-se na cidade onde vive. Ou então num local dos EUA com mais calor, como nos Estados da Flórida ou Arizona.

Mas, no ano passado, já havia mais de 440 mil norte-americanos reformados fora do país, de acordo com a Segurança Social local. Eram 220 mil (metade) em 1999.

Claro que a internet contribui muito para esta diferença. Nas pesquisas, no conhecimento dos outros países, na transferência de dinheiro.

Hoje em dia, muitos reformados nos EUA (e não só) não se limitam a ver televisão e a jogar cartas no jardim. Viajam mais, vivem mais. Querem aventuras.

Pensando nisso, Lee Harrison e a sua esposa fizeram contas ao dinheiro que tinham. Os dois tinham reformas antecipadas e venderam a casa onde viviam nos EUA.

O dinheiro iria “esticar” para sempre? As contas disseram que sim.

A partir dessa contabilidade, estiveram durante três anos a procurar informações sobre outros países. Averiguaram o custo de vida, o clima e o acesso aos cuidados de saúde. Mas, claro, o custo de vida era a prioridade.

A escolha nem foi a Costa Rica. Foi o Equador, mais precisamente Cuenca, uma das maiores cidades no país sul-americano (e só pararam em Cuenca depois de percorrerem a maioria do país num carro alugado).

Entraram num “mundo diferente”, com ruas repletas de paralelepípedos, arquitectura antiga europeia e onde o centro da cidade é Património Mundial da UNESCO. Uma cidade com charme, segurança e Primavera o ano todo.

Fazendo comparação com o custo de vida nos EUA, o Equador é um país barato. E até utiliza o dólar americano. 500 dólares por mês chegam para uma pessoa solteira, em Cuenca.

“Tu podias ir viver para o Mississippi, ou para o Arkansas, com um custo de vida baixo; mas não é o mesmo que morar num lugar como o Equador”, comparou o reformado.

Agora o casal tem andado a explorar cada vez mais a América Latina. Já viveu no Uruguai, na Colômbia e no México. As prioridades mudaram, o estilo de vida mudou, alguns “luxos” ficaram para trás – mas a felicidade predomina (e ainda há dinheiro).

Claro que toda esta realidade é baseada em cidadãos dos Estados Unidos da América, que estão habituados a ganhar milhares por mês, mas também a gastar milhares por mês. Se escolherem um país (e já depois de todas as contas feitas) onde a reforma chega para o pouco que vão gastar, a reforma antecipada pode mesmo resultar.

Algumas dicas para reforma fora do país são partilhas no final do artigo: ter noção do que realmente vai ser importante na reforça, não demorar nas decisões, não superavaliar, criar um pé-de-meia, pensar nos câmbios, experimentar antes de se mudar definitivamente, contratar um advogado para ajudar nas burocracias – um erro grave pode custar muito.

ZAP //

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5 Comments

  1. Ui… tão velho!… em Portugal há melhor:
    “Assunção Esteves reformou-se aos 42 anos com pensão superior a 7 mil euros por 10 anos de serviço”

  2. Se os Reformados saírem de Lisboa e Porto e forem viver para cidades do Interior terão uma qualidade de vida muito melhor com pensões de Reforma pequenas. Em cidades do Interior aluga-se um T1 por 250/300 euros. Os Centros de Saúde têm menos utentes por isso é fácil ter Médico de Família. A maior parte tem um bom Hospital. Em cidades pequenas não há engarrafamentos, pára arranca, há estacionamento gratuito, não há poluição. Os gastos em combustível são reduzidos porque as distâncias são pequenas. Há muitos espaços verdes e os passeios têm faixa para caminhadas. Há piscinas e ginásios. Tratar de documentos é fácil porque há menos gente. Nestas cidades há todos os supermercados, bons shoppings com grandes marcas, cinema e teatro. Pagar uma trabalhadora doméstica há hora é mais barato que em Lisboa. E a cereja no topo do bolo, estas cidades estão ligadas à capital por comboio intercidades e autocarros. O problema em Portugal é que as pessoas resistem muito a mudanças.

    • Caro FM, é mesmo isso! Eu reformei-me com pouco mais de 50, por motivo de doença, e fui viver para uma vila a 50 km de Lisboa. Tudo à disposição conforme descreve! Como eu agora digo, só tenho pena de uma coisa, de não o ter feito há mais tempo.

      Ainda há poucos dias mostraram uma reportagem na TV sobre as rendas muito elevadas em Lisboa. Fácil! Afastem-se 50 km de Lisboa para uma zona onde há transportes fáceis para a cidade (Linha da Azambuja, com comboio direto para o centro de Lisboa) e tudo é muito mais barato e mais fácil.

  3. Que tolo…
    ” Os Centros de Saúde têm menos utentes por isso é fácil ter Médico de Família. A maior parte tem um bom Hospital”
    Muitos dos centros de saúde de localidades do interior nem médicos têm!!! Têm vindo a fechar centros de saúde, bancos, postos dos correios…!!! E ainda fala em hospitais!??!!!

    “…estas cidades estão ligadas à capital por comboio intercidades e autocarros…”, Viseu por exemplo nem comboio tem!!!! Quanto mais intercidades?!?!
    Olhe…tenha juízo!

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