Recaídas no cancro têm os dias contados graças a nanopartículas que matam (mesmo) as células

Annie Cavanagh / Wellcome Images

Células cancerígenas

A combinação de duas terapias nas nanopartículas foi muito mais eficaz a eliminar as células cancerígenas que costumam causar recaídas.

Um novo estudo publicado na Nature Nanotechnology detalha a criação de nanopartículas juntam os benefícios da quimioterapia com uma nova imunoterapia. Estas nanopartículas atacam o cancro e reduzem significativamente o risco de recaída na doença.

A nova imunoterapia silencia um gene que os investigadores descobriram que estava envolvido na supressão do sistema imunitário. Quando combinada com um medicamento de quimioterapia já existente nas nanopartículas, este tratamento reduziu o tamanho dos tumores em ratos com cancro do cólon e do pâncreas.

A quimioterapia é o principal pilar no tratamento do cancro, mas podem persistir células cancerígenas residuais que levam ao reaparecimento da doença. Este processo envolve um lípido chamado fosfatidilserina (PS), que geralmente se encontra dentro da camada interior da membrana celular do tumor e que depois migra para a superfície da célula em resposta aos medicamentos da quimioterapia. Na superfície, o lípido protege as células do cancro do sistema imunitário.

Os autores do estudo descobriram que tratamentos com os medicamentos fluorouracil e oxaliplatina (FOXP) causaram uma redução da proteína Xkr8, que controla a distribuição do PS na membrana da célula. Isto sugere que bloquear a ação da Xkr8 ajuda a evitar que o PS venha para superfície da célula e que proteja o cancro das defesas do sistema imunitário.

As nanopartículas são tipicamente demasiado grandes para atravessarem os vasos sanguíneos nos tecidos saudáveis, mas podem chegar às células cancerígenas porque os tumores por vezes têm vasos mal desenvolvidos e com buracos que permitem a sua passagem.

No caso desta terapia, quando as nanopartículas foram injetadas nos ratos, cerca de 10% chegaram aos tumores — uma melhoria significativa relativamente a outras nanotransportadores. Uma análise anterior estimou que apenas 0,7% das doses de nanopartículas chegam, em média, aos seus alvos.

O tratamento que combinou as duas terapias reduziu dramaticamente a migração do PS para a superfície da célula em comparação a nanopartículas que tinham apenas o FOXP. Verificou-se o mesmo nos testes com ratos que tinham cancro do cólon e do pâncreas, lê-se no comunicado de imprensa.

Devido a tudo isto, os ratos que receberam as nanopartículas mostraram uma redução dramática no tamanho do tumor em relação aos animais que receberam nanopartículas com apenas uma das terapias.

ZAP //

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