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Ratos paraplégicos voltam a andar com células estaminais

Cientistas do Instituto de Tecnologia Technion-Israel e da Universidade de Tel Aviv conseguiram fazer com que ratos paraplégicos voltassem a andar. Os animais também recuperaram perceções sensoriais e tiveram sinais de recuperação da medula espinhal.

A pesquisa, publicada este mês na revista científica Frontiers in Neuroscience, foi liderada por Shulamit Levenberg, diretor da Faculdade de Engenharia Biomédica da Technion e Daniel Offen, da Faculdade de Medicina de Tel Aviv e chefe do laboratório de neurociências.

“No passado, os cientistas conseguiram reabilitar a medula espinal usando células estaminais, mas esta é a primeira vez que as células estaminais restauraram a sensibilidade nos membros e a capacidade motora complexa, incluindo a caminhada rápida, de forma significativa, dentro de apenas algumas semanas”.

Os cientistas implantaram nas cobaias células estaminais humanas derivadas do revestimento da membrana da boca. As células foram diferenciadas em laboratório para que ficassem responsáveis pelo desenvolvimento neural.

Antes de aplicarem as células, foram adicionadas enzimas e proteínas humanas para estabilizar a interação celular com a rede de neurónios motores presentes na medula espinhal dos ratos.

Formada por tecido nervoso, a medula espinal ocupa o espaço do interior da coluna vertebral e é responsável por transmitir os impulsos nervosos transmitidos pelo cérebro para todo o corpo.

Lesões como a paraplegia e a tetraplegia são causadas por lesões medulares, levando à perda do controlo e da sensibilidade dos membros. De acordo com os cientistas, os ratos que foram tratados com as células estaminais apresentaram uma melhora de sensibilidade e movimento em três semanas.

42% das cobaias conseguiram suportar peso nas patas e caminhar, enquanto 75% dos animais recuperaram as perceções sensoriais nos membros e na cauda. O grupo que não recebeu as células estaminais não apresentou nenhum tipo de recuperação ou melhora.

Com capacidade de se dividir e se especializar em diferentes tipos de funções, as células estaminais são utilizadas para regenerar tecidos e realizar funções específicas e deficientes num organismo. São encontradas em diferentes tecidos de pessoas adultas, como na medula óssea, no sangue e no fígado.

De acordo com os cientistas, os resultados vão permitir “uma melhor eficácia e definir a intervenção ideal para o tratamento da lesão da medula espinhal”.

“Mas ainda existe um caminho a percorrer, antes que o procedimento possa ser aplicado aos humanos”, adverte o Prof. Shulamit Levenberg.

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