Um novo estudo recorreu à ajuda de ratos e um pedaço de chocolate para provar a importância de fazer pausas ao estudar.
No que toca a estudar, todos têm as suas próprias estratégias ou truques que permitam memorizar de melhor forma a informação. Há mais de um século, por exemplo, os cientistas descobriram que dividir as sessões de aprendizagem ajuda as pessoas a lembrarem-se do que aprenderam.
Afinal de contas, repartir as nossas horas de estudo ao longo de um determinado período de tempo é melhor do que estudar tudo de uma só vez. Os investigadores apelidaram este fenómeno de efeito de espaçamento. Contudo, nunca conseguiram explicar como ou por que as pausas nos estudos são tão úteis.
Agora, uma equipa de investigadores pode ter chegado a uma resposta para este enigma da aprendizagem, graças aos seus amigos roedores.
Os autores de um novo artigo, publicado na revista científica Current Biology, deram aos ratos três oportunidades de explorar um labirinto e descobrir a localização de um pedaço de chocolate escondido.
Enquanto alguns ratos apenas tiveram 30 segundos entre tentativas para encontrar o chocolate, outros esperavam uma hora. Depois de terminados os testes, os ratos descansaram um dia antes de voltarem a tentar. Foram-lhes dadas três novas oportunidades para encontrar o chocolate.
Embora os ratos que apenas esperaram 30 segundos se tenham saído melhor nos testes, o mesmo não se verificou na segunda prova.
Aí, os ratos que tiveram um maior espaçamento entre as suas primeiras tentativas saíram-se melhor do que os ratos que “marraram” tudo em pouco tempo.
É o efeito de espaçamento em ação, escreve o portal Free Think.
Para perceber melhor como é que o efeito de espaçamento ajudou os ratos a encontrarem o chocolate escondido, os investigadores registaram a atividade cerebral dos roedores durante a experiência.
Os autores verificaram que o padrão de neurónios que entrava em ação nos ratos que tiveram um curto espaço de tempo entre testes era inconsistente.
Em contrapartida, o outro grupo de ratos exibiu padrões mais uniformes de atividade neural. Esta conclusão surpreendeu os investigadores, que esperavam ver precisamente o contrário.
Esta descoberta sugere que dar ao cérebro uma pausa entre as sessões de aprendizagem ajuda-o a reconhecer informações familiares. Isto, por sua vez, faz com que o cérebro use os mesmos neurónios que foram ativados na primeira vez em que encontrou a informação, ajudando a consolidar a memória.