Os psicólogos dividem o nosso crescimento nas fases da dependência, contra dependência, independência e interdependência — mas há quem salte fases ou fique preso numa delas.
O famoso psicanalista austríaco Sigmund Freud criou um modelo do desenvolvimento humano dividido em cinco fases, cada uma com as suas características e desafios. Stephen Covey, autor do famoso livro de auto-ajuda “Os sete hábitos de pessoas altamente eficazes”, baseou-se numa versão mais moderna deste modelo, só com três fases.
A primeira é a dependência, quando os bebés e crianças precisam totalmente dos seus pais ou cuidadores. A segunda é a independência, que corresponde a quando os adolescentes e jovens adultos se tornam autónomos. A terceira consiste na interdependência, quando percebemos que o trabalho conjunto é a melhor forma de alcançarmos os nossos objetivos, mas quem toma as decisões finais somos nós.
Num artigo para o Psychology Today, Bob Taibbi acrescentou uma quarta fase entre a dependência e a independência, a contra-dependência, que se refere ao período mais rebelde e desobediente da adolescência em que os filhos se afastam dos pais.
É possível que os indivíduos fiquem “presos” numa destas fases como resultado das suas experiências ou que tenham problemas por não terem vivido todas estas fases da forma mais saudável.
Por exemplo, quando as crianças são demasiado protegidas e mimadas pelos pais, podem ficar presas na fase da dependência mesmo já quando são adultos. No sentido oposto, se as crianças forem negligenciadas e receberem pouca atenção, podem desenvolver transtornos de apego.
Outro exemplo são casos de quem nunca teve a fase mais rebelde da adolescência e que pode acabar por sentir que não viveu a juventude ao máximo. Isto pode levar a que tente compensar isto com comportamentos de risco já na idade adulta, como ter casos extraconjugais ou demitir-se do trabalho sem uma almofada financeira.
Taibbi deixa conselhos para quem está nestas situações e refere que a chave é “criar as experiências que cada fase requer“. “Se, por exemplo, sente que é muito dependente, o seu desafio é dar passos de bebé para se inclinar para aprender a administrar a sua própria vida, em vez de depender de outros para fazer isso”, diz.
“Se está preso na contradependência, precisa de aprender a canalizar a sua raiva rebelde por caminhos construtivos e que praticar a tomada de decisões e planos com base não na reação dos outros, mas no que você quer. Se está preso na independência, experimente abrir mão do controlo”, recomenda.