Alguma vez foi solicitado para ser fiador de um empréstimo? Visto que, de um modo geral, quem pede costumam ser familiares, amigos ou colegas de trabalho, não é propriamente fácil conseguir dizer “não”.
Ser fiador é, sem dúvida, uma excelente forma de ajudar alguém que conhece a pedir um empréstimo, ao permitir ao credor sentir mais segurança no que toca ao pagamento do crédito, principalmente se tiver alguma garantia, como uma propriedade e um histórico de crédito de qualidade.
Se por um lado os empréstimos com fiador são uma maneira valiosa de facilitar o processo para o lado dos credores, existem alguns riscos que deve ter em conta. Antes de alinhar e aceitar, deve conhecer bem os prós e contras e perceber se está confortável com todos eles. Olhemos então para três riscos que valem a pena ter em atenção.
Impossibilidade de Pedir um Empréstimo no Futuro
Geralmente, quando se é fiador de um crédito, é-se responsável por fazer os pagamentos caso a pessoa que solicitou o empréstimo não os consiga fazer. Ao suportar as responsabilidades de um fiador, a elegibilidade para solicitar novos créditos pessoais reduz automaticamente. Para além disso, pode ver-se confrontado com a possibilidade de ver os seus próprios empréstimos serem declinados no futuro, pois a instituição financeira pode presumir que não consegue pagar ambos os empréstimos no caso de ser necessário.
Na pior das hipóteses, pode ter de pagar o valor total do empréstimo caso o mutuário não o faça. Se se recusar a pagar, será também declarado como incumpridor, podendo o banco exercer as variadas opções que tem ao dispor para recuperar o montante em dívida, como por exemplo a apreensão de bens.
Ter um Mau Histórico de Crédito
O seu Mapa de Responsabilidades de Crédito terá a informação de que é fiador de um crédito. Aliás, a instituição que financiar o empréstimo, na altura que foi solicitado a ser fiador, teve de ter acesso ao mesmo. Caso seja preciso ser chamado a agir, isso será refletido na Central de Responsabilidades de Crédito (CRC), o que pode levar o banco ou agência de crédito a ir “bater à sua porta” para recuperar o montante que falta.
Mas o que tal significa? Bem, quando precisar de pedir um crédito pessoal, poderá ter mais barreiras no que toca ao acesso às instituições, uma vez que, regra geral, não emprestam dinheiro a quem tem um mau histórico de crédito. Nestes casos, é importante conhecer os seus direitos no que toca ao crédito pessoal.
Estar Legalmente Associado ao Empréstimo, Seja Qual For a Circunstância
Ninguém consegue prever o futuro. Por isso mesmo, é extremamente complicado adivinhar como evoluem as relações entre as pessoas. Não é ser-se demasiado negativo, mas os azares acontecem. Amigos, colegas ou mesmo familiares, por qualquer razão que seja, podem ter um infortúnio e quebrar a relação que têm uns com os outros. Divórcios, quebra de confiança e negócios são alguns dos problemas mais comuns.
“Então, o que acontece nestes casos?”, pergunta o leitor, e muito bem. Uma vez fiador, pode sempre dirigir-se ao banco e solicitar que deixe de o ser. Mas, dependendo do montante que falta pagar, o banco pode legalmente dizer “não” ao pedido, uma vez que continua (também legalmente) ligado ao empréstimo e tem de acarretar com as responsabilidades.
Não nos interprete mal! Não estamos a tentar desencorajá-lo de ser um fiador, mas recomendamos que tenha em consideração os aspetos acima mencionados. Por vezes, não perde nada em ter acompanhamento profissional, e nunca deve sentir-se pressionado a tomar essa decisão.
Evitar o risco de contrair dívida, mesmo que deteriore a relação que tem com amigos ou familiares, pode fazer sentido em algumas situações. Lembre-se, ao ser fiador, não está apenas a arriscar o seu nome e carteira, mas também o futuro da sua família.
Existem várias questões a considerar, mas não deve deixar de oferecer ajuda se é isso que realmente quer – desde que conheça os riscos associados e explore todas as outras opções de que dispõe. Reunir com o banco ou agência financeira antes de ser fiador é vital para que o acordo seja claro e todas as partes envolvidas conheçam os riscos envolvidos.