Mercenários da Hispaniola — essencialmente hooligans, ultranacionalistas e radicais — compõem o novo exército do partido de Putin, Rússia Unida. Os seus contratos prevêm “um incentivo adicional para morrer por Moscovo” mas, para a maioria, a primeira batalha é uma passagem só de ida.
Putin tem nova “carne para canhão”. O partido do Presidente russo está a recrutar membros para o seu “exército privado”, a empresa mercenária Hispaniola, informou esta quinta-feira a secreta militar ucraniana citada pela imprensa de Kiev.
De acordo com o serviço de informações militares ucraniano (HUR), o partido Rússia Unida adquiriu o seu próprio “exército privado” através da Hispaniola, e está a recrutar ativamente ‘hooligans’, ultranacionalistas e radicais de todos os géneros, incluindo neonazis e civis de regiões empobrecidas da Federação Russa e dos territórios ocupados na Ucrânia.
“Estes últimos são usados em ataques de ‘carne para canhão’ para criar o estatuto de ‘unidade de combate’”, descreve a secreta militar ucraniana citada pelo jornal Ukrainska Pravda, tendo sido referenciados em agosto de 2023 perto de um dos cenários mais sangrentos da frente ucraniana, em Bakhmut, segundo o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), um ‘think thank’ norte-americano.
Mais recentemente, prossegue o jornal ucraniano, a Hispaniola está à disposição do partido de Putin e “a unidade terrorista reivindicou o estatuto de empresa militar privada, tendo iniciado uma campanha de recrutamento financiada por dinheiro da Rússia Unida.
O partido no poder na Rússia, formalmente presidido pelo ex-Presidente Dmitry Medvedev, injetou dinheiro no grupo e começou a procurar ativamente novos membros, assinala a agência ucraniana citada pelo jornal Kyiv Independent.
“Nos centros de recrutamento Hispaniola, que operam nos territórios ucranianos ocupados, são prometidos aos voluntários 220.000 rublos (cerca de 2.200 euros) por mês para participação direta em operações militares contra a Ucrânia”, afirma a DIU.
A secreta militar acrescenta que está igualmente previsto nos contratos, com a duração mínima de seis meses, “um incentivo adicional para morrer por Moscovo”, na forma de pagamento de seguros no valor entre um milhão de rublos (cerca de dez mil euros) por um ferimento ligeiro e três milhões de rublos (30 mil) por um ferimento grave e cinco milhões (20 mil) em caso de morte em combate.
“Mas os incentivos financeiros são apenas uma fachada. Para a maioria dos recrutas, a primeira batalha é uma passagem só de ida. Os russos não retiram nenhum recruta de ‘carne para canhão’ morto ou gravemente ferido do campo de batalha”, destaca a HUR, e estes combatentes acabam por ser registados como “desaparecidos” para evitar o pagamento de seguros às famílias.
O Ukrainska Pravda refere que em novembro passado o órgão de comunicação social russo Vazhnye Istorii informou que o Batalhão Hispaniola tinha começado a contratar mulheres para lutar em destacamentos de assalto.
Já em 30 de dezembro, a agência russa TASS noticiou que adeptos ‘ultras’ do futebol russo ligados à Hispaniola tinham estabelecido um destacamento especializado no uso de ‘drones’ ‘kamikaze’ de ataque e reconhecimento Privet na Ucrânia.
“Ultras” das claques de futebol das “Caveiras e Ossos”
A Hispaniola foi supostamente cofundada em 2022 pelo líder do Batalhão Vostok, Alexander Khodakovsky, criado após os levantamentos pró-russos no Donbass, leste da Ucrânia, em 2014.
O outro fundador foi o nacionalista Stanislav Orlov, que, segundo o projeto Evocation (que mantém uma base de dados de “propagandistas e colaboracionistas” da Rússia), está ligado aos ‘ultras’ do clube de futebol CSKA de Moscovo e terá participado na segunda campanha da Chechénia.
Orlov, afirma o Evocation, criou com adeptos radicais de outros emblemas russos uma unidade militar a partir da companhia de reconhecimento “Caveiras e Ossos”, que usava o nome de código “espanhol”, e a nova formação militar seria uma resposta ao batalhão ucraniano Azov.
A unidade afirma ter participado no cerco da siderúrgica Azovstal em Mariupol, no sul da Ucrânia, logo após o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, e que foi então uma das batalhas mais violentas em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial, até cair, praticamente destruída, em mãos russas em maio seguinte após a rendição do Batalhão Azov.
Segundo uma reportagem do diário turco Daily Sabah divulgada em junho passado, o grupo Hispaniola tem cerca de 600 membros, um dos quais Mikhail, conhecido como ‘Pitbull’, que destacava, nos arredores de Mariupol, a camaradagem que se desenvolveu entre estes combatentes.
“Segurando uma [metralhadora] kalashnikov e com o símbolo ‘Hispaniola’ tatuado na cabeça parcialmente rapada, o adepto do Zenit de São Petersburgo afirmou: ‘Na vida civil, lutamos entre nós, mas nas trincheiras, ficamos ombro a ombro’”, relata o jornal, adicionando na sua reportagem que, “embora historicamente desconfiados do Kremlin, os combatentes salientaram que a sua lealdade reside na nação russa, e não nas autoridades”.
Em março de 2023, a Hispaniola separou-se do Batalhão Vostok e ficou sob o controle da Redut, uma empresa militar privada dirigida pelo Ministério da Defesa russo, que continua a empregar companhias privadas de mercenários, apesar da rebelião falhada em junho passado do ex-líder do Grupo Wagner Yevgeny Prigozhin, morto num desastre aéreo a norte de Moscovo dois meses mais tarde.
O portal de notícias russo anti-Kremlin Meduza, sediado em Riga, descreveu em abril do ano passado uma palestra de dois membros do batalhão Hispaniola numa faculdade de São Petersburgo e que foi caracterizada por perguntas “inapropriadas” de cinco alunos, que acabaram por ser punidos.
“Os oradores ficaram particularmente ofendidos quando questionados sobre o significado dos emblemas de caveira e ossos cruzados nos seus uniformes. O estudante que fez a pergunta apontou a semelhança entre esses emblemas e o emblema da divisão SS alemã Totenkopf. Um dos combatentes argumentou, em resposta, que um emblema semelhante foi usado pelos Cossacos do Don de Yakov Baklanov, já no século XIX”, descreve o Meduza.
Outro participante perguntou como era possível defender o país de origem no território de outro estado e a restante audiência “aplaudiu a pergunta”, tendo um dos oradores argumentado que, “quando um país está em perigo, é possível defendê-lo no território de outro”.
E outro estudante ainda, relata o Meduza, questionou como é que a Rússia e a Ucrânia poderão desenvolver-se no futuro, merecendo a seguinte resposta: “Isto requer uma compreensão do que é vitória e do que é derrota. Naturalmente, não temos ideia sobre isso. Talvez o nosso chefe de Estado [Putin] seja a única pessoa que tem alguma ideia”.
ZAP // Lusa
Criminalidade legalizada por o Hitler Russo !
Afinal quem é o Nazi? Quem precisa de ser desnazificada é a Russia!
Só gostava de saber quem é que inventa estas disparates e com que fim… Putin tem à sua disposição umas forças armadas de 1.300.000 homens, para que é que ele precisaria de mais um “exército”…
As coisas não são assim tão simples… repare: Esses 1.3M de soldados estão divididos entre todos os ramos das Forças armadas, além disso, pelo menos metade serão “não combatentes” pois muitos deles farão serviços de logística e de apoio administrativo entre outros. Além disso, a Rússia é uma Nação enorme e tem que dividir todos esses soldados por todo o pais, logo 1.3M de homens até me parece um número baixo, tendo em conta que a Rússia de encontra em guerra, perdão numa “operação especial”
Acho que já todos entendemos como funciona a Russia de Putin, um regime criminoso, bastante proximo do de Hitler, nalguns casos pior no que respeita o seu proprio povo, Apenas uma pequen percentagem de idiotas no ocidente ainda tenta defender aquele regime, não sei se pagos, se apenas por estupidez ou por vontade de “servir”.
Sinceramente? isto é um absurdo macabro. afinal estamos a viver em pequena escala a monstruosidade do hitlarismo feroz e repugante.
Uma operação especial? invadir um país soberano e chama-se a isso “OPERAÇÃO ESPECIAL”? sem mais comentários…um vómito…
Para que serve os tribunais internacionais, nada valem zero,
Não tarda temos estes terroristas drogados, na Europa e ninguém faz nada.
O mundo virou para esta canalha de Nazistas da extrema direita, drogados que não gostam de trabalho apenas chatear os outros.
Porque é que eles não criam um campo de concentração para eles próprios e que se matem uns aos outros.
Um pária da sociedade humanista e democrática.
Demorou tempo a manifestar-se, mas estamos perante um Hitler do século XXI.
O Anão Nazi procura desesperadamente carne para canhão!… Tentativa de perpetuar os seus crimes.