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Se pudéssemos ver em raios-X, o céu seria assim

Jeremy Sanders, Hermann Brunner e equipe eSASS; Eugene Churazov, Marat Gilfanov)

Imagem de raios-X da Via Láctea, tirada pelo telescópio eROSITA

Se tivesse visão de raios-X, era assim que veria o céu. Esta imagem foi obtida pelo telescópio espacial eRosita, lançado no ano passado.

A imagem é o resultado de uma compilação dos primeiros seis meses de observação do telescópio de raios-X eRosita e contém mais de um milhão de objetos individuais.

“Esta imagem do céu muda completamente a forma como olhamos para o universo energético”, disse Peter Predehl, do Instituto Max Planck, na Alemanha. “Vemos uma riqueza de detalhes – a beleza das imagens é realmente impressionante.”

Foram necessários 182 dias para que o telescópio obtivesse este mapa, produzido a partir de raios-X dos espectros mais quentes e energéticos do Universo. Este registo é quatro vezes mais profundo do que o realizado há 30 anos pelo ROSAT, lançado em 1990.

Segundo o Futurism, a imagem revela em detalhe estruturas importantes para entender a evolução da Via Láctea. Podem ser observadas estrelas com coronas magneticamente ativas, estrelas binárias que contêm estrelas de neutrões, anãs-brancas e ainda resquícios de supernovas na nossa galáxia e em galáxias próximas.

Os cientistas adiantam que cerca de 77% dos objetos mais brilhantes são núcleos galácticos ativos ou buracos negros supermassivos que estão a absorver material no centro das suas galáxias.

Jeremy Sanders, Hermann Brunner e equipe eSASS; Eugene Churazov, Marat Gilfanov)

As sete câmaras do eRosita recolheram, até agora, 165 GB de dados. “É incrível comunicar em tempo real com um instrumento a 1,5 milhões de quilómetros de distância”, refere Miriam Ramos-Ceja, membro da operação na base alemã, acrescentando que os cientistas monitorizam a “saúde” do telescópio diariamente.

As imagens estão agora a ser estudadas, mas a segunda etapa já iniciou. Nos próximos três anos e meio, os cientistas planeiam ter “sete mapas semelhantes“, adiantou o líder da equipa Rashid Sunyaev. A expectativa é a de que as descobertas sejam usadas por astrofísicos e astrónomos durante décadas.

ZAP //

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