A PSP e a GNR denunciam dificuldades “cada vez maiores” para cumprir a fiscalização durante o estado de emergência devido à “falta de efetivos”.
Os sindicatos da PSP e da GNR vêm reclamando mais efetivos há vários anos, e o combate à pandemia só veio agravar o problema. Às 00h de quarta-feira entra em vigor o sexto estado de emergência e as forças de segurança, que têm de estar na linha da frente durante 24h por dia, denunciam as dificuldades que têm sentido no cumprimento da missão devido à falta de efetivos na frente operacional.
Em declarações ao Público, os presidentes dos dois principais sindicatos das forças de segurança denunciaram as dificuldades “cada vez maiores” que atravessam para cumprir as suas funções.
Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP), apontou a falta de homens e mulheres na frente operacional como um dos maiores obstáculos. “Com mais trabalho e mais exigências”, a falta de efetivos “é agora mais grave que nunca”. “Estamos no fio da navalha.”
A PSP conta com cerca de 20 mil agentes, sendo que apenas 60% (cerca de 12 mil) estão na frente operacional. O sindicalista indica que a percentagem deveria rondar os 90%.
Na GNR, as preocupações são semelhantes. “Há muito mais trabalho e menos militares e isso está a prejudicar muito a nossa ação”, disse César Nogueira, presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR).
Há cerca de 22 mil efetivos ao serviço, sendo que destes apenas cerca de metade estão no serviço operacional. Os restantes estão a desempenhar “serviço burocrático”, justificou o sindicalista.
Além destas dificuldades, os responsáveis sindicais apontam também o número de efetivos infetados com covid-19, desde o início da pandemia: na PSP, estima-se que sejam cerca de 400 agentes, enquanto que na GNR o número ronda os 480 militares.