Os socialistas foram os mais penalizados nas eleições legislativas regionais deste domingo. A secretária-geral do PP considera que os eleitores castigaram quem aposta no bloqueio.
O Partido Popular (PP) ganhou este domingo as eleições legislativas regionais na Galiza com maioria absoluta, mantendo 41 deputados em 75, e garantindo para Alberto Núñez Feijóo a continuação à frente da Xunta.
A Galiza é a única Comunidade Autónoma espanhola governada por um partido com maioria absoluta e que não necessita de se coligar.
Com 98,6 % dos votos escrutinados, a formação En Marea (coligação que agrupa, entre outros, os partidos de esquerda Podemos e Esquerda Unida) conseguiu ultrapassar o Partido Socialista (PSOE) em número de votantes, tendo, no entanto, as duas forças políticas ficado com 16 representantes na assembleia regional.
O Bloco Nacionalista Galego baixa de nove para seis deputados regionais e o partido de centro-direita Ciudadanos não conseguiu, mais uma vez, eleger qualquer representante.
No País Basco ganham os nacionalistas
O Partido Nacionalista Basco (PNV) venceu, com maioria relativa, as eleições para o parlamento regional, mantendo-se à frente do governo da região espanhola com o apoio de outra força política.
O PNV conseguiu aumentar de 27 para 29 deputados a sua representação no parlamento regional com 75 assentos.
Os independentistas do EH Bildu (Euskal Herria Bildu – coligação de vários partidos regionais de esquerda) ficam em segundo lugar com 17 deputados, menos cinco do que nas eleições regionais anteriores em 2012.
Na terceira posição ficou o Podemos (radicais de esquerda) que, com 11 lugares, entra no parlamento regional pela primeira vez, depois de ter sido o partido mais votado na região nas eleições nacionais de 26 junho último.
O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) foi a força política mais penalizada nesta Comunidade Autónoma, tendo baixado de 16 para nove o número de representantes no parlamento regional.
O PP também obtém nove deputados, menos um do que nas eleições anteriores.
Eleitores castigaram quem aposta no bloqueio
A secretária-geral do PP, María Dolores de Cospedal, defendeu que os galegos e os bascos apostaram na “segurança e estabilidade” e “penalizaram os que criaram um bloqueio institucional e para o seu país”.
A responsável do PP, partido que venceu as eleições legislativas em Espanha em junho passado, mas sem obter um resultado que permitisse formar Governo, destacou que o PSOE teve hoje, em ambas as comunidades, os piores resultados da sua história, pelo que deveria “tirar conclusões”.
Cospedal também observou que os responsáveis do PP estão “dispostos” a falar com o Partido Nacionalista Basco (PNV, que se manteve como primeira força política no País Basco), e destacou o “espírito de negociação” do seu partido para falar com esta e outras formações políticas.
O presidente do Governo espanhol em funções e líder do PP, Mariano Rajoy, felicitou os candidatos do seu partido na Galiza, Alberto Núñes Feijóo – que renovou o seu mandato -, e no País Basco, Alfonso Alonso.
“Parabéns a Alberto Núñez Feijóo, a Alfonso Alonso e às equipas do Partido Popular. Orgulhosos do vosso trabalho”, escreveu o chefe do executivo no Twitter.
Espanha “já não se entende” sem o Podemos
Por sua vez, o secretário-geral do Podemos, Pablo Iglesias, considera que Espanha “já não se entende sem o Unidos Podemos”.
Numa mensagem divulgada no Twitter, Iglesias destacou que a formação En Marea se transformou na “primeira força da oposição” na Galiza, ficando mesmo à frente do Partido Socialista da Galiza (PSdG), enquanto no País Basco são “a primeira força de âmbito estatal”, atrás do Partido Nacionalista Basco (PNV) e do Bildu (independentista), mas à frente do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e do Partido Popular.
“O nosso país já não se entende sem o Unidos Podemos”, sublinhou, elogiando os cabeças-de-lista desta coligação de esquerda nas duas comunidades espanholas.
Também no Twitter, o ‘número dois’ do Podemos, Íñigo Errejón, considerou que os resultados do PP, do PSOE e do Ciudadanos no País Basco deveriam fazer refletir sobre o modelo territorial, argumentando que “sem plurinacionalidade não há mudanças”.
“Mesmo a meio do impasse [a nível nacional], as eleições galegas e bascas mostram que não há volta atrás no processo de mudança. ‘Bye’ [adeus], bipartidarismo”, acrescentou.
ZAP / Lusa