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Identificados protetores solares para crianças com menos proteção do que a anunciada

A Organização de Consumidores e Utilizadores (OCU), a associação de defesa do consumidor de Espanha, pediu a retirada do mercado de dois protetores solares para crianças por estes oferecem um fator de proteçã inferior ao anunciado.

A notícia é avançada pelo jornal El País, tendo por base um estudo levado a cabo em Espanha. Em causa estão dois protetores solares das marcas Isdin e da Babaria, marcas comercializadas em Portugal. Apenas o produto da Isdin analisado está à venda cá.

De acordo com o diário, os produtos Isdin Fotoprotector Pediatrics Transparent Spray SPF 50+ e Babaria Infantil Spray Protector SPF 50+ oferecem menos proteção solar do que prometem.Na verdade, e segundo a investigação, a Isdin oferece uma proteção de 15 e a Babaria de 30, muito longe do fator 50 anunciado.

Para chegar a esta conclusão, a OCU fez uma análise comparativa de 17 protetores solares de alta proteção em spray e, em todos os produtos analisados, à exceção destes dois, o fator anunciado correspondia ao fator de proteção real.

A Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos para a Saúde, vinculada ao Ministério da Saúde espanhol, é a autoridade que terá que decidir ou não a retirada dos produtos. Fonte do Ministério adiantaram ao diário que foram pedidas mais informações ao OCU, uma vez que acreditam que o relatório está incompleto.

Em comunicado, a Isidin diz que os seus produtos têm o fator de proteção anunciado na embalagem, sustentando a afirmação com dois estudos independentes realizados por dois laboratórios diferentes em 2015 e 2017. “Embora Isdin tenha enviado esses estudos para a UCO, estes não foram tidos em consideração pela entidade”, criticam, lamentando ainda que a organização não forneça uma cópia do estudo em causa para que a marca possa verificar a “metodologia, a execução ou a coerência dos resultados publicados”.

A marca diz ainda que não recebeu qualquer reclamação dos consumidores desde que o produto em causa foi lançado, em 2015. A Babaria ainda não reagiu oficialmente ao estudo recém-divulgado, mas pretende ainda esta quinta-feira fazer ma comunicação oficial.

Em declarações à TSF, Rita Rodrigues, da DECO, adianta que este este é “um estudo internacional”, no qual foram detetadas “algumas discrepâncias“.

“Desde logo, o que fizemos foi confrontar a marca com essas discrepâncias e dar o direito ao contraditório. No caso da Isdin, a marca aceitou e apresentou-nos o conjunto de testes e de resultados que são diferentes dos que nós tínhamos e nós fomos retestar com lotes adquiridos em Portugal para podermos dizer aos consumidores portugueses se há ou não motivo de preocupação. Relativamente à Babaria não encontrámos este tipo de produto à venda em Portugal”, explica Rita Rodrigues.

Análise decorre em todos os verões

A OCU costuma testar estes produtos solares no início de cada verão, experimentado vários tipos e marcas. Este ano, o estudo incidiu especialmente nas indicações para crianças. “Este ano [o estudo] foi feito em colaboração com vários países, onde esses cremes também são comercializados”, diz Enrique García, porta-voz da organização de consumidores. “É um erro, uma fraude, um engano?”, questiona.

“Não estamos a valorizar esses extremos, encontramos apenas informações de laboratório e estamos bem cientes de como [esta informação] pode afetar as empresas citadas, por isso, garantimos sempre que a nossa informação é precisa, objetiva e independente“.

A organização recorda ainda que existem outros produtos com preços diferentes que cumprem o fator de proteção anunciado. No estudo, o protetor Garnier Delial Sensitive Advanced Antiarena Bruma obteve a melhor pontuação, enquanto o Hundred Sun Spray Solar Infant do Lidl destacou-se no que respeita à qualidade-preço.

A OCU frisa que não é necessário comprar produtos mais caros para garantir uma proteção solar adequada, relembrando ainda que estes produtos devem ser aplicados de forma generosa a cada duas horas.

ZAP //

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