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Investigadores identificam as proteínas que causam doenças intestinais

Uma equipa criou uma plataforma de inteligência artificial que identifica as proteínas específicas que permitem que as bactérias infetem os intestinos. O método abre caminho para a criação de drogas inteligentes que irão neutralizar as proteínas e prevenir doenças, sem o recurso a antibióticos.

As doenças intestinais são causadas por bactérias patogénicas que se fixam nas células. Uma vez fixada, a bactéria usa uma espécie de seringa molecular para injetar proteínas, chamadas “efetores”, nas células intestinais.

Os efetores trabalham em conjunto para controlar as células saudáveis. No entanto, os cientistas não sabiam que combinação de proteínas é que quebra os mecanismos de defesa da célula, escreve o Medical Xpress.

Agora, a plataforma de inteligência artificial dos investigadores da Universidade de Tel Aviv identificou novos efetores nas bactérias, que foram testados e validados experimentalmente.

“Neste estudo, tivemos o foco numa bactéria que causa doenças intestinais em ratos, para não atuar diretamente com o patógeno humano”, explica Naama Wagner, autor do estudo.

“A inteligência artificial que criamos sabe como prever efetores numa variedade de bactérias patogénicas, incluindo bactérias que atacam plantas de importância económica. Os nossos cálculos foram possíveis devido a ferramentas avançadas que usam as informações genómicas de um grande número de bactérias”, referiu o especialista.

Tal Pupko, autor do estudo, explica que “as bactérias patogénicas são tratadas com antibióticos”, no entanto, “os antibióticos matam um grande número de espécies de bactérias, na esperança de que as bactérias patogénicas também sejam destruídas”.

Acrescenta ainda que “o uso excessivo de antibióticos leva ao desenvolvimento de bactérias resistentes aos mesmos, um problema mundial que se está a agravar. Entender a base molecular da doença é uma etapa necessária no desenvolvimento de medicamentos mais inteligentes, que não farão mal à população bacteriana do intestino”.

O estudo foi publicado na Science a 12 de março de 2021.

Ana Isabel Moura, ZAP //

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