Projeções das televisões apontam para abstenção sem precedentes em Legislativas

As projeções das televisões para a abstenção nas eleições legislativas deste domingo situam-se entre os 35,4% e os 51%.

Às 19:00, hora de encerramento das urnas no Continente e Madeira, a RTP avançou com uma projeção de abstenção entre os 44% e os 49% dos 10.8 milhões de eleitores inscritos – um valor sem precedentes em Eleições Legislativas.

De acordo com a SIC, a abstenção situar-se-á entre os 47,5% e 51% — o que poderia colocar pela primeira vez, em Legislativas, a abstenção em valores superiores aos 50%.

A projeção da TVI, que não contemplava os 1.1 milhões de eleitores residentes no estrangeiro, coloca a abstenção entre os 35,4% e os 39,4%. A CMTV, por seu turno, avança com um intervalo de abstenção entre os 44% e os 48%.

A abstenção, que se situou em 2015 nos 43,07%, tem vindo a subir sucessivamente desde 2009, ano em que se fixou nos 40%.

Costa fala em números “bastante desencontrados”

António Costa já reagiu aos números das projecções sobre a abstenção, considerando que são “bastante desencontrados”. “As estimativas do MAI [Ministério da Administração Interna] apontam para uma ligeira redução da participação”, referiu o líder do PS à chegada do Hotel Altis, o quartel-general dos socialistas nesta noite eleitoral.

Pelo PSD o secretário-geral José Silvano falou da “urgência da reforma ” do sistema político que Rui Rio tanto tem defendido, notando que “apesar da fragmentação partidária, do apelo do Presidente da República e dos líderes para a participação na votação, a abstenção continuou aumentar”.

No Bloco de Esquerda, Joana Mortágua constatou que o aumento da abstenção “tem sido um motivo de preocupação” que se repete nestas legislativas. A deputada bloquista atesta que estes dados “exigem a continuação de uma reflexão” sobre o assunto.

A CDU prefere vincar o trabalho que fez para mobilizar os eleitores, com Pedro Guerreiro, do secretariado do Comité Central do PCP, a destacar que a coligação “está de consciência tranquila” porque “fez tudo o que podia fazer”.

Do lado do CDS, o dirigente Diogo Feio reparou que “o facto de a abstenção estar a aumentar é um desafio para o futuro” e “um elemento de reflexão que os partidos têm de ter”.

Para o PAN a elevada abstenção é “preocupante” e obriga a que se faça um “balanço do que correu menos bem” para “perceber” porque é que os eleitores optam por não ir votar.

ZAP // Lusa

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