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Mentiu toda a vida. Universidade investiga professora branca que dizia ser negra

AgnosticPreachersKid / Wikimedia

Universidade George em Washington

Jessica A. Krug fingiu ser negra durante anos, mas era afinal uma mulher branca, judia, de Kansas City, nos Estados Unidos.

Uma professora norte-americana, que se identificava como negra, admitiu ter mentido sobre as suas origens. Numa publicação na plataforma Medium, Jessica A. Krug, professora de História da George Washington University, em Washington, assumiu a farsa que manteve durante “a maior parte” da sua vida adulta.

Escondi o meu passado como uma menina judia branca dos subúrbios de Kansas City para tirar proveito de várias identidades negras que eu não tinha o direito de reivindicar: primeiro como negra do Norte da África, depois afro-americana e, por fim, negra do Bronx, de origem caribenha”, escreveu, citada pela AFP.

As mentiras representam “uma síntese da violência, roubo e apropriação, das inúmeras maneiras pelas quais os não negros continuam a usar e abusar das identidades e culturas negras”, escreveu Krug, considerando-se uma “sanguessuga cultural”.

À CNN, uma das suas ex-alunas contou que a professora dizia várias vezes aos estudantes que tinha orgulho da sua origem no Bronx e que lia em voz alta a palavra “nigger“, um termo considerado ofensivo especialmente quando usado por pessoas não negras.

Nas aulas, a professora reivindicava artistas negros e indígenas e fazia palestras sobre temas como as populações indígenas do Chile. Usava ainda muitos termos em espanhol, que em teoria vinham das suas origens porto-riquenhas.

A Universidade norte-americana já se pronunciou sobre o assunto, adiantando que está a avaliar a situação. O The New York Times escreve que a George Washington ainda não pode garantir a autenticidade da publicação no Medium e que está a analisar a mesma.

Nos Estados Unidos, o uso de símbolos identitários de comunidades às quais não se pertence – “apropriação cultural” – é fortemente condenado.

ZAP //

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