Momenta

Robotaxi autónomo da chinesa Momenta
À medida que a concorrência interna aumenta, as empresas chinesas de condução autónoma estão a tentar aumentar a sua vantagem competitiva entrando em novos mercados no estrangeiro — e a Europa é um alvo apetecível.
A gigante tecnológica chinesa Baidu prepara-se para trazer os seus robotáxis para o Velho Continente.
Os primeiros táxis sem condutor da Europa chegam à Suíça no final deste ano, e a empresa já tem planos para alargar a sua frota à Turquia um pouco mais tarde.
Segundo fontes citadas pelo Wall Street Journal, a Baidu já está em conversações com a suíça PostAuto, que gere o serviço público de autocarros do país, para começar a utilizar os seus táxis autónomos Apollo Go ainda este ano.
A nova frota de robotáxis da Baidu não é a única que se prepara para chegar à Europa num futuro próximo. No início deste mês, a Uber anunciou que planeia lançar na Europa no próximo ano táxis autónomos equipados com tecnologia de piloto automático da chinesa Momenta.
Em janeiro deste ano, ainda antes da chegada da Baidu e da Uber, outra empresa chinesa, a WeRide, lançou um programa-piloto de veículos autónomos na Suíça. Em março, a empresa começou a testar um serviço de autocarros autónomos em França.
Robotáxis chineses lideram a corrida
A China tem o maior mercado de robotáxis do mundo: tem uma frota maior (com cerca de um milhão de veículos atualmente em circulação), faz mais viagens e tem mais apoio governamental do que o que os EUA dão às suas empresas, nota o El Confidencial.
Embora os serviços de táxi sem condutor como os da Waymo já sejam comuns em algumas cidades dos EUA, e haja cerca de meio milhão de robotáxis activos nas ruas norte-americanas, as empresas do país estão a ter dificuldade em expandir a sua frota, devido à natureza muito fragmentada do mercado e às diferenças de regulamentação em cada estado.
Há muito que Elon Musk afirma que os Cybercabs, os robotáxis da Tesla, vão chegar em junho a Austin, no Texas, e estarão noutras cidades dos EUA até ao final do ano. Mas, como acontece frequentemente com as previsões de Musk, parece que esta também não se vai concretizar.
O prazo que Musk impôs a si próprio está à porta, e os seus Cybercabs, pilotados pelo controverso sistema Full Self-Driving da Tesla, estão a ser alvo de um apertado controlo federal, particularmente no que diz respeito à segurança em condições de baixa visibilidade.
A Europa tem também regulamentos exigentes, especialmente no que diz respeito à segurança rodoviária, o que pode dificultar a aterragem dos robotáxis chineses no continente.
Mas a chegada iminente dos robotáxis chineses à Europa ocorre numa altura em que as empresas chinesas estão apostadas em alargar o seu sucesso no país a novos mercados — nomeadamente o do Velho Continente, que se tornou subitamente apetecível face à guerra tarifária lançada por Donald Trump.