Uma rede de telescópios robóticos operados à distância observou um asteróide que, além de ser o asteróide mais próximo do Sol, é também o primeiro asteróide descoberto que se move completamente dentro da órbita de Vénus.
Entre centenas de milhares de asteróides conhecidos, apenas se sabe ou se suspeita que 21 tenham uma órbita completamente dentro da Terra. Porém, o 2020 AV2 é o primeiro a mover-se completamente dentro da órbita de Vénus. Além disso, é o segundo objeto mais próximo do Sol, sendo que é o planeta Mercúrio que está mais perto da nossa estrela.
As primeiras evidências da órbita incomum do asteroide 2020 AV2 foram reveladas graças aos dados recolhidos pela Zwicky Transient Facility, um sistema de observação automática e permanente do céu instalado no observatório da Universidade da Califórnia e pela pesquisa astronómica do Observatório Palomar no condado de San Diego, em 4 de janeiro de 2020.
O Virtual Telescope Project 2.0 divulgou a primeira imagem do asteróide, tirada em 8 de janeiro, apenas 4 dias após o primeiro alerta da descoberta.
Gianluca Masi, um astrónomo envolvido neste dispositivo telescópico, destacou, em comunicado, a dificuldade da descoberta, uma vez que se estima que os objetos da órbita de Vénus sejam provavelmente apenas 0,2% dos objetos próximos à Terra (NEO). Além disso, a sua observação a partir Terra é complicada.
Captar estas imagens foi difícil porque o objeto estava bastante baixo (25 graus ou menos) no horizonte ocidental ao entardecer. O fundo do céu estava brilhante, havia uma lua quase cheia no céu e o objeto estava cada vez mais baixo minuto após minuto.
O 2020 AV2 é também o objeto natural com a menor distância de afélio – distância entre a Terra e o Sol – conhecida no nosso Sistema Solar (excluindo o planeta Mercúrio). Com o asteróide 2019 AQ3, descoberto pela mesma equipa, o 2020 AV2 tem o período orbital mais curto conhecido até agora na população de asteróides.