/

ALMA descobre a primeira gigantesca tempestade de buracos negros

1

NAOJ

Impressão artística de um vento galáctico impulsionado por um buraco negro supermassivo localizado no centro de uma galáxia.

O telescópio Atacama Large Millimeter Array (ALMA) detetou um forte vento galático impulsionado por um buraco negro supermassivo há 13,1 mil milhões de anos.

Os investigadores salientam que este é o exemplo mais antigo alguma vez observado e que é um sinal revelador de que enormes buracos negros têm um grande efeito no crescimento das galáxias desde os primórdios da história do Universo.

Curiosamente, a massa do buraco negro é aproximadamente proporcional à massa da região central da galáxia no Universo. A razão é que os tamanhos das galáxias e dos buracos negros diferem em cerca de dez ordens de magnitude.

Baseando-se neste princípio, os astrónomos acreditam que galáxias e buracos negros cresceram e evoluíram juntos através de algum tipo de interação física, escreve a Europa Press.

Este tipo de interação física referido pelos astrónomos pode ser proporcionado por um vento galático, que se forma à medida que a matéria de um buraco negro supermassivo começa a mover-se a alta velocidade, emitindo energia intensa que pode empurrar a matéria circundante para fora.

“A questão é quando é que os ventos galácticos surgiram no Universo?”, perguntou o autor principal do estudo, Takuma Izumi, num comunicado divulgado pelo Observatório Astronómico Nacional do Japão (OANJ). “Esta é uma questão importante porque está relacionada com um grande problema da Astronomia: como é que as galáxias e os buracos negros supermassivos coevoluíram?”.

Graças ao telescópio Subaru do OANJ, os investigadores encontraram mais de 100 galáxias com buracos negros supermassivos no Universo há mais de 13 mil milhões de anos.

Uma análise detalhada com o ALMA revelou que há um fluxo de gás de alta velocidade que se move a 500 quilómetros por segundo em J1243 0100. O fluxo de gás encontrado é, de facto, um vento galático, sendo o exemplo mais antigo alguma vez encontrado. O detentor do recorde anterior era uma galáxia a cerca de 13 mil milhões de anos-luz de distância.

“As nossas observações corroboram simulações de computador de alta precisão recentes que previram que relações coevolucionárias existiam há 13 mil milhões de anos”, diz Izumi. “Estamos a planear observar um grande número de tais objetos no futuro e esperamos esclarecer se a coevolução primordial vista neste objeto é uma imagem precisa do Universo geral naquela época”.

Daniel Costa, ZAP //

1 Comment

  1. Algum tempo após o Big Bang, formou-se o primeiro elemento químico, que foi o hidrogénio. Portanto, no princípio, só existia esse elemento que povoava todo o espaço. Por ação da força gravitacional, começaram-se a formar as primeiras estrelas de hidrogénio com massas variáveis até ao topo, as chamadas ” Estrelas Azuis”. Quanto mais massiva for uma estrela, e a partir de uma certa massa, mais rapidamente ela evolui para uma Super Nova, ou seja, explode. A massa remanescente que não explodiu ou que sobrou, ficou tão compacta que daí pode resultar uma Estrela de Neutrões ou um Buraco Negro. Os buracos negros, uma vez formados, são grandes sorvedores de matéria, tudo o que passar próximo dele é, literalmente, engolido; isto contribuirá progressivamente para o aumento da sua massa intrínseca e com o passar do tempo, tornar-se-á um buraco negro hipermassivo. Estes corpos fantásticos com um campo gravitacional fortíssimo aumentam o seu raio de ação quando atraem outros corpos celestes. Os buracos negros são os grandes aglutinadores de estrelas e nuvens de gás que se deslocam livremente no espaço e obrigam essas estrelas a estabilizar órbitas em torno deles. Em suma, os BN hipermassivos são os construtores das galáxias. Todas as galáxias têm um BN hipermassivo no seu centro e todas as estrelas que fazem parte de uma galáxia descrevem, a distâncias diferentes, um movimento de translação em torno do corpo central à semelhança do que se passa com o nosso sistema solar ( Sol no centro e os planetas a orbitá-lo). Esta é a minha visão do que se passa.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.