Já no próximo mês, a revisão das condições dos contratos vai agravar a prestação dos créditos à habitação entre 5% e 23%, podendo levar a um aumento de até 104 euros.
Como noticiou o ECO, que avançou com os cálculos, o BCE tem subido as taxas da Zona Euro, acabando com os juros negativos – uma iniciativa que visa para travar a escalada da inflação, mas que tem levado a prestação da casa a subir.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, assegurou que os juros vão subir até que a inflação regresse ao objetivo de 2% no médio prazo – estava acima dos 8% em julho.
As taxas Euribor – usadas como indexante nos empréstimos dos bancos para a compra de casa – há muito que vêm mantendo uma trajetória de subida. Há duas semanas, a Euribor a três meses passou a terreno positivo – depois de ter flutuado abaixo de zero durante sete anos -, acompanhando os prazos a seis e 12 meses.
Em Portugal, mais de 90% dos contratos são associados a taxa variável, ou seja, acompanham o sobe e desce das Euribor.
Assumindo um empréstimo de 150 mil euros, com o prazo de 30 anos e um spread de 1%, os créditos associados à Euribor a seis meses vão ver a prestação subir cerca de 14% em agosto, refletindo um agravamento de quase 64 euros para mais de 514 euros, segundo as simulações realizadas pelo ECO.
Nos empréstimos indexado à Euribor a 12 meses, assumindo os mesmos pressupostos do crédito de 150 mil euros, a prestação da casa vai agravar-se mais de 23%, com as famílias a pagarem mais 104 euros em relação à última revisão feita há um ano. A prestação mensal subirá assim para mais 554 euros.
Nos contratos com indexante a três meses, a revisão de julho trará uma subida mais contida: a prestação da casa aumenta 6%, ou cerca de 28 euros, para 484 euros.