Presidente da Hungria demite-se devido a escândalo de pedofilia

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Palácio do Planaldo / Wikimedia

Katalin Novák, Presidente da Hungria

A Presidente da Hungria Katalin Novák anunciou, este sábado, a sua demissão, depois de uma semana de protestos, por ter perdoado um homem em caso de pedofilia. “Cometi um erro”, admitiu a conservadora do partido de Viktor Orbán.

A Presidente húngara Katalin Novák demitiu-se, após uma semana de polémica sobre o perdão que concedeu a um diretor de um lar de crianças que tentou encobrir casos de pedofilia.

O controverso indulto foi concedido em abril de 2023, por ocasião da visita do Papa Francisco a Budapeste, capital da Hungria, e revelado pela imprensa, na semana passada.

Na noite desta sexta-feira, milhares de húngaros manifestaram-se em frente ao palácio presidencial, no Castelo de Buda, exigindo a demissão de Novák, antiga ministra da Família e próxima do primeiro-ministro, o ultranacionalista Viktor Orbán.

O povo considerou que Novák deixou de ser digna do cargo, tendo a Presidente – representada pelo Fidesz, o partido de Viktor Orbán – optado pela demissão.

“Peço perdão àqueles que magoei. Hoje dirijo-me a vós pela última vez como Presidente. Demito-me do cargo“, disse Novák num vídeo transmitido pela televisão estatal, depois de ter regressado mais cedo de uma visita ao Catar.

A chefe de Estado reconheceu que “cometeu um erro” , ao perdoar um diretor-adjunto de um lar de crianças cujo diretor abusou de vários menores durante anos.

Katalin Novák não sai sozinha

Pouco depois do anúncio de Novák, a antiga ministra da Justiça Judit Varga – que assinou o polémico perdão no ano passado e que deveria liderar a lista do Fidesz nas eleições europeias de junho – anunciou que se vai retirar da política.

“Assumo a responsabilidade política de ter assinado o perdão. Vou retirar-me da vida pública”, anunciou a antiga ministra da Justiça, que também é muito próxima de Viktor Orbán.

Varga acrescentou que vai igualmente abandonar o parlamento húngaro e que não vai liderar a lista do Fidesz, nas eleições europeias, como previsto.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Não foi o diretor daquela escola. O diretor era o pedófilo que, como óbvio, não pode sair da prisão durante muitos anos. Foi o vice-diretor que tentava interferir com a investigação do seu superior, e precisamente por isso ele foi condenado a uns anos de prisão. Só que esse vice-diretor era de uma família importante com ligações à Igreja Reformada. Foi então a Igreja Reformada que fez uma pressão para a Presidente da Hungria assinar a carta. A presidente assim ficou com uma batata quente na mão. Não havia escolha certa neste caso, porque se recusa ou se apoia o caso, ela só ia perder.

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