O agravamento generalizado dos preços não é acompanhou o poder de compra dos portugueses. Como tal, vão gastar mais, mas dar menos prendas, no Natal, nomeadamente aos adultos.
Um estudo do Instituto Português de Administração de Marketing (IPAM) revelou que, neste Natal, os portugueses vão gastar, em média, mais 392 euros do que no ano passado.
No entanto, apesar deste aumento da despesa, o mesmo estudo conseguiu apurar que os portugueses vão dar menos prendas, especialmente aos adultos.
Pode parece contraditório, mas estes números são fáceis de perceber, se tivermos em conta a subida generalizada dos preços.
A conclusão do estudo “Compras de Natal 2024” é precisamente essa: o poder de compra dos consumidores não acompanha o agravamento generalizado dos preços.
“Os inquiridos que referem que irão gastar um valor superior ao gasto em 2023, indicam em 58% dos casos que esta alteração se deve ao aumento do preço generalizado dos produtos”, refere o documento.
“Embora o valor médio gasto tenha aumentado 10% face a 2023, isso não reflete maior poder de compra, mas sim a pressão do aumento dos preços“, confirmou ao Jornal de Notícias, Mafalda Ferreira, responsável pelo estudo do IPAM.
Os resultados deste ano revelam como a conjuntura económica está a moldar os hábitos de consumo dos portugueses, mesmo numa época tão marcante como o Natal”, acrescentou.
O relatório destaca também que a prioridade das famílias é a mesa da consoada. Nesse capítulo, os portugueses vão gastar em média 120 euros. O bacalhau e o bolo-rei lideram a lista de compras.
O resto do dinheiro é distribuído preferencialmente entre brinquedos para os miúdos, que lidera o ranking de prendas.
Para os graúdos, as prendas preferidas são roupa, calçado e acessórios.
18% dos inquiridos admitiu que vai oferecer jogos eletrónicos aos adolescentes.
Destaque ainda para os livros, que “ocupam o quarto lugar no ranking dos produtos mais oferecidos, em todas as faixas etárias, o que tem vindo a ser uma tendência nos últimos anos”, disse Mafalda Ferreira ao Jornal Económico.
O estudo destaca ainda que as compras online já ultrapassam os centros comerciais.