Portugal surge na cauda da Europa nos problemas com infiltrações de chuva e dificuldades no aquecimento das casas. As infiltrações são cada vez mais frequentes e apenas o Chipre tem piores dados do que Portugal.
Mais de 2,6 milhões de portugueses vivem em casas com infiltrações de chuva e a situação está a piorar. Nos últimos oito anos, mais 300 mil pessoas passaram a viver em casas com infiltrações, problemas de humidade ou caixilhos de janelas ou o chão apodrecidos, relata o JN. Estes problemas no isolamento levam a que um quinto da população não consiga aquecer a sua casa adequadamente.
A qualidade do isolamento das casas portuguesas fica muito aquém quando comparada com a de outros países europeus. Na União Europeia, cerca de 14,8% da população tem infiltrações em casa e só 6,9% tem dificuldades no aquecimento. Já em Portugal, segundo dados do Eurostat, 25,2% da população vive em casas com infiltrações e 16,4% não aquece a habitação.
Estes problemas de entrada de água em casa têm-se agravado. Em 2019, 2,5 milhões de portugueses vivem em habitações com estes problemas (24,4%). Em 2020, a percentagem já aumentou para 25,2%. Em 2012, 22% dos portugueses sofriam com infiltrações em casa. Apenas o Chipre (39,1%) se sai pior do que Portugal nesta categoria.
Os dados relativos ao aquecimento das casas mostram uma melhoria, no entanto. Em 2012, 2,83 milhões de portugueses (27%) tinham as casas frias, tendo o valor caído para 1,7 milhões em 2021 (16,4%).
Mesmo com esta melhoria, Portugal continua na cauda da Europa, com apenas quatro países da UE a saírem-se pior. A Bulgária surge em último lugar (23,7%), seguindo-se a Lituânia (22,5%), o Chipre (19,4%) e a Grécia (17,5%).