Portugueses fogem às comissões bancárias e apostam em contas low-cost

Os clientes estão a transformar as suas contas à ordem em contas “low-cost”, que oferecem serviços mínimos e cobram no máximo 4,80 euros anuais em comissões.

Há cada vez mais portugueses a apostar em contas bancárias de serviços mínimos, optando por transformar os seus depósitos à ordem em contas “low-cost”.

Estas contas nasceram com uma lei em 2000 que definiu que os clientes têm direito aos serviços bancários básicos a um custo reduzido.

Entre 2013 e o final do primeiro trimestre de 2022, 120 079 clientes fizeram esta mudança, que lhes permite pagar, no máximo, uma comissão de 4,80 euros por ano ao banco, de acordo com o Banco de Portugal.

O último balanço do regulador aponta para a existência de 169 698 destas contas. Este valor corresponde a mais 19 293 e a uma subida de 13% em compração com os números do final de 2021 (150 405).

No primeiro semestre de 2022, foram criadas mais 21 974 contas low-cost, sendo que quase 40% dos seus titulares tinham entre 25 e 45 anos. Quase 50% destas contas nasceram da conversão de uma conta de depósito à ordem.

A tendência está a acentuar-se desde 2018, precisamente ao mesmo tempo que o valor ganho pelos bancos com as comissões está também a disparar — um relatório da Associação Portuguesa de Bancos revela que os bancos arrecadaram mais de dois mil milhões de euros em comissões entre janeiro e setembro de 2022. Os clientes optam assim por esta mudança para escaparem ao pagamento de cada vez mais comissões, relata o JN.

A Caixa Geral de Depósitos, o BPI, o Millennium, o Banco CTT e o Montepio não antecipam aumentos nas comissões que cobram aos clientes em breve. No caso do Novo Banco, estão previstos aumentos apenas em certos casos.