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Português vivia nos EUA desde os 2 anos e tinha autorização de residência. Foi preso e pode ser deportado

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Rui Murras / Facebook

Trabalha nos EUA desde sempre, paga impostos e tem um Green Card. Pode ser deportado por causa de um problema antigo com a Justiça.

Um português com autorização de residência permanente nos Estados Unidos, e a viver em solo norte-americano desde os 2 anos, foi detido no final de março pelas autoridades de imigração ao regressar de uma viagem ao exterior, denunciou a família do jovem.

Numa página de angariação de fundos criada para cobrir as despesas legais do caso, a cunhada do português, Sofia Cabral-Murras, apresentou detalhes sobre o caso, explicando que o jovem foi detido ao regressar aos EUA após uma viagem ao exterior.

Está atualmente sob custódia do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) e mantido numa prisão fora de Massachusetts, estado onde reside legalmente.

 

O Rui reside nos Estados Unidos desde os 2 anos. Tem um bom emprego, paga os seus impostos e vive com a sua namorada de longa data. É um residente legal com um ‘Green Card’ – autorização de residência permanente nos EUA — válido. Viajou para fora do país em férias e foi detido pela Patrulha da Fronteira quando regressou, por causa de um registo criminal antigo”, explicou Sofia Cabral-Murras.

O Rui não é um criminoso. É uma boa pessoa que não merece ficar na prisão enquanto isto é esclarecido”, assegurou a cunhada, frisando: “Nunca imaginámos estar nesta situação”.

De acordo com o jornal local The New Bedford Light, o português em causa — Rui Murras —, de 32 anos, está atualmente detido em Portland, cidade no estado do Maine, enquanto a sua família luta para o trazer de volta a casa. Nascido em Portugal, Rui Murras viveu quase toda a sua vida em New Bedford. 

No jornal indica-se que o português chegou a ter problemas com a Justiça em 2012, quando foi “acusado de distribuir uma substância controlada de Classe D — tipicamente marijuana — e de conspiração para violar as leis de drogas”, sendo que a acusação de conspiração foi rejeitada por recomendação do departamento de liberdade condicional, em julho de 2013.

Em 2017, Murras foi acusado de dirigir sob influência de álcool, mas o caso foi arquivado no ano seguinte, após o português concluir um programa de educação sobre álcool.

A defesa do português acredita que a detenção se baseia na acusação de tráfico de drogas de 2012, que acabou resolvida.

Contactada pela Lusa, uma fonte oficial do ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou que “o MNE está a acompanhar o caso deste português desde o final do mês de março”. E adiantou que o cônsul de Portugal em New Bedford “já falou com ele e com a família”. Garante que “estamos em contacto com as autoridades americanas”.

Rui corre risco de deportação

Mesmo sendo portador de um visto de residência permanente, o português pode vir a ser deportado, como está a acontecer com outros estrangeiros.

 Igualmente no mês passado, as autoridades de imigração norte-americanas interrogaram e detiveram um cidadão alemão detentor de um ‘Green Card’ quando regressava de uma viagem ao Luxemburgo.

Fabian Schmidt, um engenheiro eletrotécnico de 34 anos, foi transportado para um centro de detenção federal no estado de Rhode Island após ter sido interrogado e detido no Aeroporto Logan, em Boston.

Segundo a mãe de Schmidt, o alemão também teve problemas com a Justiça há mais de uma década, após as autoridades terem encontrado marijuana no seu carro em 2015, num caso que terá sido arquivado.

A residência permanente legal — concedida através do ‘Green Card’ — concede o direito de viver e trabalhar nos Estados Unidos por tempo indeterminado, mas não protege os indivíduos da deportação.

Cerca de 12,8 milhões de portadores de ‘Green Card’ vivem nos Estados Unidos, de acordo com as últimas estimativas do Gabinete de Estatísticas de Segurança Interna.

Desde que Donald Trump regressou à Presidência dos Estados Unidos, somam-se os casos de cidadãos detentores de ‘Green Card’ que estão detidos e em processo de deportação. 

O exemplo mais mediático é o de Mahmoud Khalil, um estudante da Universidade de Colúmbia que liderou protestos contra a guerra na Faixa de Gaza e que teve o seu ‘Green Card’ revogado e o processo de deportação iniciado.

// Lusa

14 Comments

  1. É só mais um episódio da “caça às bruxas” que começou em Janeiro de 2025 e ninguem tem ideia de quando acabará. Muita gente inocente vai sofrer – e algumas até votaram em Trump.

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  2. É isso que nos está a fazer falta, por isso é que eu voto e vou votar sempre Chega. Os emigrantes em Portugal que cometem crimes sejam quais for devem ser deportados para o seu país de origem, se não quiserem ser deportados tem de respeitar as nossas leis. Esse português cometeu dois crimes, por isso é que foi preso. Crime é sempre crime, não existe crime maior nem crime menor. Se fizerem vista grossa aos crimes menores, qualquer dia estão a matar pessoas.

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  3. DRACON – Leis rígidas que devem ser cumpridas conforme estão escritas no Código Penal . Nada de romantizar o crime – pequeno o grande , maior ou menor . Só na literatura evangélica se admite-se o “BOM LADRÃO ” – DIMAS . Onde já se viu o qualificativo : BOM e MAU ladrão ?!! E é por isso que os malfeitores se apegam ao populismo cristão do “bom ladrão” do crime “perfeito” , do pequeno crime do roubo para matar a fome , e aí por diante terminando com aprovação do crime. E até o ” bom ladrão” se tornar um SANTO com direito ao altar. È o que pensa , joaoluizgondimaguiar – [email protected]

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  4. “arrecadação de fundos criada”… ele vive à 30 anos ( 32-2), trabalha e paga impostos.
    Precisa de ajuda para o quê mesmo? Doença, tribunal? (visto que já pagou pelo crime, será necessário assim tanto dinheiro para apresentar uns papeis? É português claro.

    • Mais um esquerdista a falar, ele deveria ter sido deportado sem possibilidade de retornar logo no primeiro crime que cometeu. Garanto que já não tinha cometido o segundo crime, porque não voltava a colocar lá os pés. Se fizessem isso com todos os emigrantes, garanto que todos passavam a andar na linha e agora não havia deportações. Os estrangeiros passavam todos a ser cidadãos exemplares. O Trump está a corrigir todas as asneiras que os esquerdistas fizeram no passado e é o que o André Ventura vai fazer quando for primeiro ministro.

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  5. A este português, se for deportado para Portugal, ter-lhe-á saído a sorte grande. Virá viver num país muito mais civilizado, embora mais pobre, do que aquele para onde teve a infelicidade de emigrar em criança.E talvez até possa ser trocado pelo André Ventura, que seria muito mais feliz no país da violência institucionalizada, os Estados Unidos da América.

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    • “Nim país mais civilizado”? Essa só pode-se anedota.
      Das duas uma. Não vives em Portugal. Ou então vives na cave na casa dos teus pais no teu mundo imaginário. Onde passas os dias a jogas Playstation.
      Santa paciência….

      • Mais civilizado do que os EUA. Não é difícil. Somos uma sociedade muito mais pacífica e tolerante, e não temos a pena de morte.

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