Portugal é dos países que mais trabalha na UE, mas dos menos produtivos

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O baixo crescimento dos salários ajuda a explicar a produtividade reduzida em Portugal.

Um parecer recente do Conselho Económico e Social (CES) de Portugal lançou luz sobre questões preocupantes relativas à produtividade e qualidade do emprego no país. De acordo com o relatório, Portugal tem uma das taxas de produtividade mais baixas da União Europeia (UE), apesar de os trabalhadores portugueses contabilizarem uma das jornadas de trabalho mais longas entre os países membros.

O documento sublinha que o tecido empresarial português é predominantemente composto por micro, pequenas e médias empresas, embora a produtividade mostre-se significativamente maior nas grandes empresas.

Estas últimas, que representavam apenas 1309 das mais de 465 mil empresas em 2021, são responsáveis por 28% do emprego, 65% das exportações e 40% das despesas em investigação e desenvolvimento (I&D).

“A produtividade em Portugal tem estado, nas últimas duas décadas, relativamente estagnada. É um dos grandes problemas da economia portuguesa. O fraco crescimento dos salários, em grande medida, reflete o fraco crescimento da produtividade”, explica Fernando Alexandre, relator do parecer, vice-presidente do CES e professor de Economia da Universidade do Minho, ao JN.

Em 2021, o valor gerado por hora de trabalho em Portugal era de apenas 24 euros, comparado com a média da UE de 44 euros, o que ajuda a explicar a baixa produtividade.

Além disso, Portugal enfrenta desafios no equilíbrio entre vida profissional e pessoal, dada a sua alta carga horária semanal de 41,3 horas, acima da média da UE de 40,5 horas. Este fator pode, segundo o CES, afetar negativamente a produtividade e a qualidade de vida dos trabalhadores.

O parecer inclui também uma série de recomendações, abordando temas como a precariedade laboral, que afeta 16,6% dos trabalhadores portugueses, a disparidade salarial de género, ainda presente em 16% dos casos, e a necessidade de investir em educação e formação ao longo da vida.

Fernando Alexandre aponta que a solução para muitos destes problemas passa por uma melhor gestão dos recursos humanos e pela adaptação da estrutura produtiva portuguesa às demandas do mercado internacional.

Estas descobertas e recomendações servem como um alerta para as deficiências e oportunidades de melhoria no mercado de trabalho português, abrindo caminho para políticas públicas mais eficazes no futuro.

ZAP //

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3 Comments

  1. É importante salientar que o valor/hora de retorno do trabalho é calculado com base no volume de faturação das empresas.
    Portanto um centro de investigação de uma multinacional que utilize quadros altamente qualificados para conceber os produtos que vão ser fabricados na Ásia e faturados aos clientes na Holanda não tem produtividade nenhuma (a faturação por colaborador é quase nula, apenas o suficiente para a empresa não entrar em falência técnica).

  2. Também não é de admirar que com tantos políticos e juristas, que nada produzem e só “mamam” do Estado, como as pensões vitalícias, Portugal seja um país de baixa produtividade. Anda metade do país a trabalhar para a outra metade que vive de subsídios e subvenções. Jovens deste país, ACORDEM! Abaixo um país de juristas políticos e políticos juristas, como os que neste momento nos governam!

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