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Portugal já é o terceiro maior produtor europeu de Bimi (o legume híbrido que conquistou os consumidores)

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António Cotrim / Lusa

Bimi, legume

Bimi é um legume criado do cruzamento de brócolos e couves.

Bimi é um legume criado do cruzamento de brócolos e couves e já conquistou os consumidores, tornando Portugal no terceiro maior produtor europeu.

A produção de bimi multiplicou-se sete vezes nos seus primeiros seis anos em Portugal, o que ilustra o sucesso deste legume híbrido que resulta do cruzamento entre brócolos e couves.

Em 2015, “começou-se com dois mil metros no primeiro ensaio, depois passou-se para dois hectares e a partir daí e até hoje foi sempre a crescer”, diz à agência Lusa Miguel Langan, sócio-gerente da Emergosol, empresa de Torres Vedras que foi pioneira a produzir bimi em Portugal para o mercado inglês.

Hoje são já 10 os produtores e a área de cultivo passou de 10 hectares, em 2015, para os 80 hectares, o que torna Portugal no terceiro maior produtor da Europa, depois do Reino Unido e de Espanha, segundo dados disponibilizados pela Sakata, empresa japonesa de sementes que detém o controlo da cultura até à sua comercialização.

Grande parte da produção nacional está concentrada na região Oeste, onde as temperaturas amenas e frescas são propícias, seguindo-se o Ribatejo e o sudoeste alentejano.

Meio milhão de toneladas de bimi produzidas em território nacional chegam aos mercados, sendo 65% da produção exportada e 35% absorvida pelo mercado nacional, podendo os consumidores encontrar os bimi à venda em qualquer hipermercado.

Nos mercados externos, os bimi portugueses são sobretudo exportados para o Reino Unido, mas também para países como França, Itália, Dinamarca, Alemanha, Polónia ou Finlândia, onde a procura tem aumentado.

“O mercado continua a responder bem e há mercado para mais produção”, refere o responsável da Emergosol, onde os bimi já representam 15% da facturação anual de 15 milhões de euros e se perspetiva triplicar a produção até 2030.

“Queremos que o consumo do bimi continue a subir na ordem dos 10 a 12% ao ano”, aponta à Lusa Jorge Faria, representante da Sakata em Portugal.

Bimi é única cultura em Portugal com mercado regulado

A Sakata controla toda a produção até à sua comercialização, autorizando a entrada de novos produtores, vendendo as plantas para os campos de produção de bimi e desafiando as centrais hortofrutícolas a se associarem na preparação e embalamento do legume a pensar nos consumidores.

É por isso a única cultura em Portugal com mercado regulado.

“Não poderíamos ter uma enorme quantidade de hectares sem ter escoamento para o produto e assim vamos aumentando a produção e a área em função do crescimento do mercado. A principal vantagem é que não há desperdício e o trabalho do agricultor e o produto são valorizados”, explica Jorge Faria.

Podendo ser produzidos durante todo o ano, os bimi concentram 80% dos custos de produção na mão-de-obra que, a par da falta de terrenos, são os principais problemas ao crescimento da cultura.

Quando entram em colheita, os bimi são colhidos três a quadro vezes por semana, sendo necessários 20 trabalhadores por cada hectare.

Os bimi são produzidos ao ar livre e colhidos desde o caule até aos floretes, enquanto as folhas são trituradas e servem de matéria orgânica para os campos.

São comestíveis na sua totalidade e ricos em fibra, potássio, cálcio e fosfato.

Possuem mais zinco, fosfato, antioxidantes e vitamina C do que os espargos, os brócolos, a couve e o espinafre e contêm o dobro de vitamina B6 de ervilhas ou cenouras.

ZAP // Lusa

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