Portugal vai receber mais 11% do PRR do que estava previsto inicialmente

António Cotrim / EPA

A atualizações dos números do PIB vai alterar o valor que os países vão receber do Plano de Recuperação e Resiliência. Portugal vai ser um dos mais beneficiados.

Segundo avança o Público, Portugal pode vir a beneficiar de mais 1600 milhões de euros oriundos do Plano de Recuperação e Resiliência do que estava inicialmente previsto, um acréscimo de 11% que é um dos maiores entre os 27.

A distribuição dos fundos europeus foi feita com base em projeções económicas e não em dados efetivos sobre a economia, com o cálculo de 30% das verbas a ter em conta a perda acumulada do PIB em 2020 e 2021, apesar dos dados definitivos só serem conhecidos em Junho.

Nesta altura, com a proximidade dessa data, já se tem uma noção mais exata do que no início de 2021 de quais serão os resultados finais do PIB. Em Portugal, o INE prevê um crescimento de 4,9% e a Comissão Europeia já divulgou projeções na semana passada relativas a todos os estados-membros.

O economista Zsolt Darvas, do think tank Bruegel, pegou nestes números atualizados e fez cálculos atualizados, concluindo que há países que vão receber menos dinheiro do que inicialmente se previa, com a maior quebra a chegar aos 24%, e outros que vão receber mais fundos, com um ganho máximo de 11%.

Portugal vai ser um dos que mais vai beneficiar. Em vez dos 13,9 mil milhões de euros previstos inicialmente, devemos receber 15,5 mil milhões. Espanha, Alemanha e Malta vão também registar subidas de 11%. Só mais dois países vão ver as suas verbas a aumentar, sendo eles a Áustria (9%) e a República Checa (8%).

Os restantes 21 países vão receber menos do que estava previsto, com destaque para a Bélgica, que vai notar uma quebra de 24%, e os Países Baixos, que vão receber menos 21%.

O Governo português já tinha indicado em Janeiro que era provável que o valor da bazuca viesse a ser revisto em alta. O economista do Bruegel lembra que este reforço não é necessariamente um bom sinal porque “os países com um crescimento do PIB mais fraco (o que é uma má notícia) vão ficar com mais verbas no PRR e países com um crescimento maior do PIB (o que é uma boa notícia), vão ficar com menos”.