Cientistas portugueses participam na criação do maior telescópio do mundo

(dr) SKA Organization

Ilustração das antenas parabólicas que serão instaladas na África do Sul.

O SKA, Square Kilometre Array, está já em construção e será o maior telescópio do mundo. Cientistas portugueses estão a participar no seu design e alguns dos testes serão feitos em território luso.

A construção do SKA já dura há mais de duas décadas, mas parece já haver data anunciada para a sua grande apresentação. Planeia-se que esteja pronto em 2020, para que em 2023 inicie observações. Portugal tem envolvidos no projeto cerca de 40 investigadores das universidades do Porto, Lisboa, Coimbra, Évora, Beira Interior e Aveiro

“O SKA vai permitir um salto gigantesco no conhecimento“, diz Domingos Barbosa, investigador do Instituto de Telecomunicações (IT), na Universidade de Aveiro, e o coordenador da infraestrutura de investigação do SKA em Portugal.

São vários os testes essenciais ao projeto que vão ter lugar em Portugal. “As ferramentas de software do telescópio estão neste momento a ser todas alojadas no IT, em Aveiro”, onde os testes serão realizados até ao final deste ano.

Em declarações ao Diário de Notícias, Domingos Barbosa explica que o design do telescópio, “que ainda não está completamente definido”, teve a participação de cientistas portugueses. O investigador afirma ainda que o seu grupo “lidera o desenho das plataformas informáticas que vão gerir a operação do SKA”.

O telescópio, para esta primeira fase, conta com um orçamento de 700 milhões de euros. O grupo de investigadores portugueses está envolvido na gestão operacional do radiotelescópio e é responsável pela orientação de cada uma das antenas e a distribuição da informação entre os vários centros de dados.

O SKA será amigo do ambiente, baseando-se unicamente em energias renováveis. A “operação verde” do telescópio, como lhe chama Domingos Barbosa, será testada esta primavera no Alentejo.

Este radiotelescópio não será apenas o maior do mundo, tem também a particularidade de ser distribuído por vários países, realça o DN. Na África do Sul serão instaladas cerca de 200 antenas parabólicas, com 15 metros de diâmetro cada. Na Austrália, serão instaladas outras 130 mil antenas, mas de uma dimensão menos.

Ilustração das antenas parabólicas que serão instaladas na Austrália.

A instalação distribuída por países com diferentes horas de sol diárias permitirá que a operação das antenas funcione com tecnologia solar fotovoltaica. “A ideia é demonstrar que esta opção verde permite uma poupança muito significativa, de cerca de 13 milhões de euros, na própria construção do telescópio”, adianta Domingos Barbosa.

Há ainda uma proeza única alcançada pelo SKA. O líder do projeto em Portugal afirma que este radiotelescópio será “o primeiro a observar todo o céu, e não apenas algumas parcelas de cada vez”. Além disso, não é preciso esperar pela noite para fazer as observações, ao contrário de outros telescópios com esta limitação.

ZAP //

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