Por meia-hora. Senado dos EUA conseguiu evitar paralisação histórica do Governo

Jim Lo Scalzo/EPA

O presidente norte-americano Joe Biden

Foi por muito pouco que se evitou “uma crise desnecessária que teria infligido dor desnecessária a milhões de trabalhadores norte-americanos”, considerou Joe Biden, após assinar a lei que – apesar de durar apenas 45 dias – evita, para já, a paralisação do Governo dos EUA.

O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, aprovou, este sábado à noite, uma medida de financiamento de emergência, durante 45 dias, evitando à última hora a paralisação do Governo.

A proposta passou facilmente, no Senado, com 88 votos a favor e nove contra, onde os Democratas, que apoiam o Governo do Presidente Joe Biden, têm uma maioria.

O chefe de Estado assinou a lei cerca de meia hora antes do limite estabelecido pela Constituição norte-americana, que levaria a uma paralisação do Governo, que teria começado à meia-noite (5h de Lisboa).

Num comunicado, Biden sublinhou que foi evitada “uma crise desnecessária que teria infligido dor desnecessária a milhões de trabalhadores norte-americanos”.

“Este projeto de lei garante que as tropas em serviço ativo continuarão a ser pagas, que os viajantes evitarão atrasos nos aeroportos, que milhões de mulheres e crianças continuarão a ter acesso a assistência nutricional vital e muito mais”, disse o Presidente.

Republicanos complicaram acordo

“Nunca deveríamos ter estado nesta posição”, lamentou o chefe de Estado, lembrando que chegou há meses a um acordo orçamental com o líder da maioria Republicana na câmara baixa do parlamento, Kevin McCarthy, “para evitar precisamente este tipo de crise fabricada”.

“Durante semanas, os republicanos extremistas da Câmara [de Representantes] tentaram afastar-se desse acordo, exigindo cortes drásticos que teriam sido devastadores para milhões de norte-americanos. Eles falharam”, disse Joe Biden.

Apesar do seu sucesso, a proposta apresentada por McCarthy expõe o líder da Câmara a ameaças dos conservadores mais radicais, como Matt Gaetz, que exigiu que aquele não apresentasse uma “resolução de continuidade” à votação.

“Se eles querem expulsar-me porque quero ser o adulto na sala, que vão em frente e tentem. Mas acho que o importante é o país e estarei com o nosso Exército, estarei com os nossos agentes de fronteira e irei estar com quem precisa de receber medicação“, prometeu McCarthy, referindo-se a vários serviços e setores que seriam afetados pela eventual paralisação do Governo, que começaria já no domingo,

Caso não tivesse havido um entendimento entre os dois partidos, as autoridades federais deixariam de pagar muitos apoios sociais, como subsídio de alimentação e de habitação – afetando, principalmente, famílias que precisam de ajuda.

Mas a lei assinada por Joe Biden, à última hora, vai manter (e financiar) o Governo norte-americano, pelo menos, até 17 de novembro.

Quanto à Guerra na Ucrânia

Sobre a ajuda à Ucrânia, o Presidente defendeu que “a esmagadora maioria do Congresso tem sido firme no seu apoio” ao país.

“Em nenhuma circunstância podemos permitir que o apoio norte-americano à Ucrânia seja interrompido”, disse Biden.

O chefe de Estado apelou a McCarthy que “mantenha o seu compromisso com o povo da Ucrânia e garanta a aprovação do apoio necessário para ajudar a Ucrânia neste momento crítico”.

O Congresso irá debater um outro projeto de lei que concede 24 mil milhões de dólares (22,7 mil milhões de euros) em ajuda militar e humanitária à Ucrânia, que Biden queria ver incluído no orçamento.

Os conservadores mais radicais, como Matt Gaetz, opuseram-se fortemente à inclusão da ajuda à Ucrânia no acordo, apesar do apoio dos republicanos moderados, incluindo McCarthy.

ZAP // Lusa

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