Nenhuma salsicha estrangeira, avisa o governo britânico aos turistas do Reino Unido que viajam para outros países. “Pedimos ao público que leve isto a sério”, diz a ministra britânica da Biossegurança — numa altura em que crescem receios com a febre aftosa.
O governo do Reino Unido lançou esta quinta-feira uma campanha a apelar aos turistas britânicos para não trazerem produtos de carne e lacticínios estrangeiros quando regressam ao país.
Segundo o Politico, Londres pretende proteger os animais de quinta britânicos da infeção por febre aftosa, que voltou a aparecer no continente europeu este ano.
“É ilegal os viajantes que entram na Grã-Bretanha trazerem produtos de carne ou lacticínios não tratados, incluindo borrego, porco, carneiro, veado e carne de cabra, bem como todos os outros produtos feitos a partir destas carnes ou que as contenham — como sanduíches e salsichas — vindos da UE”, referiu o governo.
Helene Hayman, Ministra da Biossegurança do Reino Unido, acrescentou: “Pedimos ao público que leve isto a sério. Não tragam produtos animais ou vegetais proibidos para o país: colocam em risco o sustento dos agricultores“.
A Veterinária-Chefe do Reino Unido, Christine Middlemiss, disse por seu turno: “Compreendo que seja uma desilusão não poder trazer produtos das férias, mas evitem a tentação — assim estarão a ajudar a proteger os nossos agricultores.”
A doença, altamente contagiosa, que afeta sobretudo animais de casco fendido como bovinos, cabras, porcos e ovelhas, propagou-se na Alemanha, Hungria e Eslováquia entre Janeiro e Abril deste ano, mas acabou por ser controlada pelas autoridades.
Qualquer caso do vírus na UE deve ser comunicado às autoridades. Os produtos animais importados podem propagar o vírus, já que este pode ser transportado na carne, lacticínios e até em alimentos processados.
O vírus consegue também sobreviver fora do hospedeiro, por exemplo no solo, água, feno ou mesmo na roupa. A doença não é geralmente perigosa para os humanos, mas pode devastar um rebanho.
Apesar de existirem vacinas contra o vírus, as injeções preventivas não são permitidas pela UE porque é difícil os veterinários distinguirem entre animais infetados e vacinados. Os animais infetados são habitualmente abatidos.
Em 2001, um grande surto da doença no Reino Unido levou ao abate de 6 milhões de vacas e ovelhas, provocando prejuízos económicos estimados em 7,3 mil milhões de euros.