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Popularidade de Putin em alta com crise na Crimeia

 

Kremlin

O Presidente russo, Vladimir Putin

O Presidente russo, Vladimir Putin

O Presidente russo, Vladimir Putin, atingiu na Rússia o nível mais alto de popularidade desde a sua reeleição em maio de 2012 devido à intervenção russa na crise ucraniana, indicaram hoje os principais institutos de sondagens russos.

Mais de dois terços dos inquiridos (69%) afirmaram que aprovam a política de Vladimir Putin, segundo um estudo realizado em finais de fevereiro pelo instituto independente Centro Levada, que envolveu uma amostra de cerca de 1.603 pessoas de 45 regiões russas. O resultado representa um aumento de nove por cento comparativamente com o período homólogo de 2013.

O mesmo estudo revelou que 30% dos inquiridos (contra os 35% registados em fevereiro de 2013) desaprova a atuação do chefe de Estado russo.

Outra sondagem realizada pelo instituto VTsIOM, próximo do poder, colocou os níveis de popularidade de Putin nos 68%, revelando ainda que para 53% dos inquiridos a crise na Ucrânia é o “principal assunto” da atualidade.

“Os níveis de popularidade de Putin, que se aproximam dos números de maio de 2012, data da sua reeleição para o terceiro mandato presidencial, podem ainda subir, uma vez que a ofensiva do Kremlin na Ucrânia continua”, disse o sociólogo do Centro Levada, Alexei Levinson.

“Putin explora com sucesso os costumes do paternalismo, os russos têm confiança na sua interpretação dos acontecimentos na Rússia e fora do país”, sublinhou Levinson, em declarações à agência noticiosa France Presse.

A imagem de um caos ucraniano, apresentada pela comunicação social com ligações ao poder de Moscovo, “faz valorizar a estabilidade de Putin”, salientou o politólogo Evguéni Mintchenko, citado pelo diário russo Vedomosti.

Até à data, a Rússia recusou-se a reconhecer qualquer legitimidade aos novos dirigentes pró-ocidentais da Ucrânia, que ascenderam ao poder após três meses de manifestações que levaram à deposição do Presidente Viktor Ianukovich, atualmente exilado no território russo.

O Ocidente acusa a Rússia de um golpe de força na Crimeia, península separatista pró-russa do sul da Ucrânia que deverá votar no domingo num referendo sobre a sua reanexação à Rússia e cujo controlo escapa, neste momento, às novas autoridades de Kiev.

A Crimeia pertenceu à Rússia e, no âmbito da União Soviética, foi anexada à Ucrânia em 1954.

Desde que chegou ao poder em 2000, os níveis de popularidade de Vladimir Putin, um antigo agente do KGB (serviços secretos russos), de 61 anos, ultrapassaram quase sempre os 60%.

/Lusa

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