Polícia da Califórnia está a usar cabeças de lego nas fotos de suspeitos. A Lego não gostou

Murrieta Police Department

Uma nova lei nos Estados Unidos obriga os departamentos de polícia a proteger a identidade de suspeitos detidos nas fotos que são divulgadas — e alguém se lembrou de usar cabeças de lego para esse efeito.

No sul da Califórnia, o Departamento de Polícia de Murrieta tornou-se viral por usar cabeças de Lego nas fotos de suspeitos publicadas nas redes sociais, para esconder a sua identidade.

Este método único de preservar a privacidade dos suspeitos enquanto envolve a comunidade surge em resposta a uma nova lei da Califórnia, em vigor desde 1 de janeiro, que limita a partilha de fotografias de detenções nas redes sociais, para proteger os direitos e a reputação dos indivíduos.

A prática começou no início de 2023, visando equilibrar a transparência com a conformidade legal, após a lei que obriga à remoção de fotos de detenção das redes sociais até 14 dias após a detenção — exceto em determinadas condições, como seja o indivíduo permanecer foragido ou representar uma ameaça iminente.

A solução criativa da Polícia de Murrieta envolveu cobrir os rostos nas suas publicações nas redes sociais com cabeças de Lego e emojis. Esta política foi detalhada numa publicação no Instagram em 18 de março, destacando o compromisso do departamento com a transparência e a proteção dos direitos legais.

No entanto, as imagens alteradas ganharam atenção generalizada e, após se tornarem virais, a própria Lego veio exigir a cessação do uso da sua propriedade intelectual desta forma, revela o The Guardian.

O Departamento de Polícia de Murrieta anunciou entretanto que irá respeitar o pedido da Lego, e que está a explorar métodos alternativos para manter conteúdo informativo nas redes sociais sem infringir a privacidade ou os direitos de propriedade intelectual.

“Estamos atualmente a explorar outras outros métodos de publicar o nosso conteúdo de uma forma que seja aliciante e interessante para os nossos seguidores”, explica o tenente Jeremy Durrant, porta-voz da Polícia de Murrieta, citado pelo jornal britânico.

Esta situação coloca a nu os desafios que a aplicação da lei enfrenta quando tenta equilibrar o envolvimento público com os direitos de privacidade, numa sociedade digital em evolução constante — em que até a polícia faz questão de ter (e entreter) seguidores.

ZAP //

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