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Cientistas encontraram pólen no estômago de uma mosca com 47 milhões de anos

(dr) Senckenberg

O fóssil da mosca Hirmoneura messelense encontrado em Messel, na Alemanha

Cientistas encontraram o fóssil de uma mosca, com 47 milhões de anos, com o estômago cheio de vestígios de pólen.

“O pólen que descobrimos no seu estômago sugere que as moscas já se alimentavam e transportavam pólen há 47 milhões de anos e mostra que desempenharam um papel importante na dispersão de pólen de várias plantas”, disse o botânico Fridgeir Grímsson, da Universidade de Viena, na Áustria, citado pelo site Science Alert.

O novo fóssil foi encontrado no sítio fossilífero de Messel, na Alemanha, e representa uma nova espécie de mosca – Hirmoneura messelense –, que tinha uma probóscide muito curta (órgão nasal dos insetos dípteros).

A análise feita por esta equipa mostra que o seu intestino e o seu estômago têm traços de pólen de pelo menos quatro famílias de plantas, sendo que algumas provavelmente cresceram em torno das margens da floresta de um antigo lago.

Os investigadores também encontraram longos cabelos, conhecidos como cerdas, no seu tórax ou abdómen. Embora aqui não tenha sido encontrado nenhum pólen, o facto de estas cerdas existirem sugere que também poderiam ter transportado pólen quando a mosca saltou de flor em flor.

Ao contrário de outras moscas com probóscides longas, que geralmente pairam sobre as plantas para se alimentarem, esta em particular provavelmente pousou no topo das flores, “antes de engolfar o pólen das anteras”, escreveram os autores do estudo publicado, a 10 de março, na revista científica Current Biology.

De facto, a probóscide da mosca é tão curta que nem chega a ser visível. Os investigadores pensam que poderá estar escondida dentro da cabeça da mosca. Além disso, as flores de que se parece ter alimentado geralmente estão muito juntas, o que lhe teria permitido andar facilmente entre elas, comendo uma refeição após a outra.

“É provável que a mosca evitasse voos de longa distância entre as fontes de alimentos e procurasse pólen de plantas intimamente associadas”, explicou ainda Grímsson, um dos autores do estudo.

Segundo o mesmo site, esta descoberta apoia uma antiga teoria que defende que, em alguns ambientes tropicais dos dias de hoje, as moscas que visitam flores podem ser tão importantes como algumas abelhas polinizadoras (talvez até mais).

ZAP //

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