Primeiro-ministro eslovaco admite demitir-se após compra da vacina russa

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European People's Party / Wikimedia

Igor Matovic, primeiro-ministro da Eslováquia

O primeiro-ministro eslovaco disse, este domingo, estar disponível para abandonar o cargo por ter adquirido a vacina russa Sputnik V, que ainda não foi aprovada pela União Europeia (UE).

A Eslováquia regista, atualmente, a segunda incidência mais alta de mortalidade pela covid-19 na União Europeia.

Igor Matovic, conservador populista, admitiu resignar ao cargo, apesar de se manter no Governo, caso também abandonem funções o vice-primeiro-ministro, Richard Sulik, do partido conservador liberal Liberdade e Solidariedade (SaS), e ainda a ministra da Justiça e o vice-presidente do Parlamento, ambos do Za l’udi (Para o Povo, centro-direita).

O primeiro-ministro também colocou como condição para resignar que o SaS perca uma das três pastas que detém atualmente, indicou em conferência de imprensa após uma reunião do seu partido Gente Comum-Personalidades Independentes (OL’aNO).

Estou disposto a demitir-me do cargo de primeiro-ministro deste Governo e a permanecer como um dos seus membros”, disse Matovic aos jornalistas, citado pela rádio TSF, acrescentando ser “absolutamente necessária” a saída de Sulik.

Essas duas formações, que integram a coligação de quatro partidos com a formação de Matovic e o direitista Somos Família (Sme Rodina), exigiram a renúncia do primeiro-ministro como condição para manter o Executivo e evitar legislativas antecipadas.

Esta exigência foi motivada pela decisão de Matovic de comprar, sem a anuência dos seus parceiros no poder, cerca de 200 mil doses da vacina russa Sputnik V, um medicamento que ainda não foi aprovado pela UE.

Nas suas declarações, Matovic não precisou a data para tornar efetiva a sua renúncia, nem propôs um substituto.

As divergências em torno da estratégia para combater a pandemia têm motivado divergências internas na coligação governamental.

Na semana passada, foram demitidos os responsáveis da Saúde e do Trabalho e o próprio vice-primeiro-ministro, Sulik, adiantou na quarta-feira a sua renúncia.

Até ao verão passado, a Eslováquia, com 5,4 milhões de habitantes, foi um dos países que melhor superou a primeira vaga da pandemia, mas atualmente é o Estado-membro da UE com o segundo índice de mortalidade mais elevado com 244 mortes por cada milhão de habitantes nos últimos 14 dias, quase quatro vezes mais que a média comunitária.

ZAP // Lusa

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3 Comments

  1. Uma vacina que pouco mais é do que a versão mais simples delas, ou seja os próprios vírus “cozinhados” o suficiente para serem inativados, é mais uma prova da ineficiência da UEE que se acha muito evoluida, mas se mostrou incapaz de ser fkexivel com as burocracias mesmo em emergências de modo a produzir suas propruas vacinas!
    Algo de muito mal se passa com este modelo de sociedade, que ou se emenda de modo a ser mais pragmática e produtiva ou afundamos todos!

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