Uma Europa “sozinha” sem plano de emergência para Trump

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Cristobal Herrera-Ulashkevich/EPA

Donald Trump

Ganhou Iowa, DeSantis desistiu, nomeação está mais próxima. E a Europa? Está pronta para este possível regresso de Donald Trump?

Donald Trump está a caminho de ser novamente o candidato do Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos da América.

As eleições presidenciais serão.em Novembro mas Trump já venceu em Iowa e o seu maior adversário, Ron De Santis, desistiu da corrida interna e declarou apoio ao antigo presidente.

Seguem-se os votos em New Hampshire mas Trump tem (para já) apenas uma adversária: Nikky Haley.

O regresso de Donald Trump à liderança dos EUA é um perigo para a Europa, avisou o primeiro-ministro da Bélgica.

“Se, em 2024, voltarmos a ter a América em primeiro lugar, a Europa estará mais do que nunca sozinha”, comentou Alexander De Croo no Parlamento Europeu, na semana passada.

No entanto, continuou, a Europa não deve “temer” o regresso de Trump: “Devemos abraçá-la, colocando a Europa numa base mais sólida, mais forte, mais soberana e mais auto-suficiente”.

Um dos aspectos que afasta Europa dos EUA (sobretudo dos republicanos) é a guerra na Ucrânia: “Para os Estados Unidos e para outros aliados, o apoio à Ucrânia é uma questão estratégica, é uma consideração geopolítica. Para nós, europeus, o apoio à Ucrânia é existencial.

A Europa não tem um plano de emergência para o regresso de Trump, avisa o jornal Handelsblatt.

Num continente já afectado pela guerra, pela inflação e pelo proteccionismo, ver Donald Trump como presidente dos EUA “abalaria ainda mais severamente” a União Europeia.

O nome do ex-presidente andou fora dos discursos oficiais no início do Fórum Económico Mundial, em Davos.

No entanto, Ursula von der Leyen comentou: “A desinformação e a desinformação, seguidas de perto pela polarização nas nossas sociedades, serão o maior desafio para a economia global nos próximos dois anos”.

Apesar da aparente confiança e tranquilidade da presidente da Comissão Europeia, por detrás estará uma preocupação com a Europa actual e com o que ainda virá, se o poder mudar de lado nos EUA.

Dias depois, Christine Lagarde foi mais directa. A presidente do Banco Central Europeu avisou: “Se quisermos tirar lições da história, olhando para a forma como Trump conduziu os quatro anos do seu mandato, é claramente uma ameaça”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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