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Também há planetas frios no bojo central da Via Láctea

Uma equipa de cientistas chegou à conclusão que os planetas frios existem em toda a nossa galáxia, incluindo no bojo — o grupo central de estrelas. 

Embora milhares de planetas tenham sido descobertos na Via Láctea, a maioria reside dentro de alguns milhares de anos-luz da Terra. No entanto, a nossa galáxia tem mais de 100.000 anos-luz de diâmetro, tornando difícil investigar a distribuição dos planetas.

Agora, uma equipa de investigadores encontrou uma maneira de superar esse obstáculo, escreve a Europa Press. Os especialistas usaram uma combinação de observações e modelos para determinar como varia a probabilidade de hospedar planetas com a distância desde o centro galáctico.

As observações basearam-se num fenómeno conhecido como microlente gravitacional, em que objetos como planetas funcionam como lentes, aumentando a luz das estrelas distantes. Assim, os investigadores puderam detetar planetas frios semelhantes a Júpiter ou Neptuno.

“A microlente gravitacional fornece atualmente a única maneira de investigar a distribuição dos planetas na Via Láctea”, diz o coautor do estudo, Daisuke Suzuki. “Mas até agora, pouco se sabe principalmente devido à dificuldade de medir a distância a planetas que estão a mais de 10.000 anos-luz do Sol”.

Ao comparar a distribuição observada nas observações com a prevista por um modelo galáctico, a equipa foi capaz de inferir a distribuição dos planetas na Via Láctea.

Os resultados mostram que a distribuição planetária não é altamente dependente da distância do centro galáctico. Em vez disso, os planetas frios que orbitam longe das suas estrelas parecem existir em toda a Via Láctea.

“As estrelas na região do bulbo são mais velhas e localizadas muito mais próximas umas das outras do que as estrelas na vizinhança solar”, explica o autor principal do estudo, Naoki Koshimoto. “A nossa descoberta de que os planetas residem nesses dois ambientes estelares pode levar a uma melhor compreensão de como os planetas se formam e da história da formação dos planetas na Via Láctea”.

O estudo foi publicado recentemente na revista científica The Astrophysical Journal Letters.

Daniel Costa, ZAP //

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