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“Piscina infinita” da Idade do Bronze pode ter sido usada para rituais religiosos

Uma misteriosa estrutura de madeira construída em Itália, há mais de três mil anos, pode ter sido uma “piscina infinita” que refletia o céu durante rituais religiosos (e que podia dar aos seus utilizadores a impressão de que estavam a olhar para outro reino).

De acordo com o site Live Science, esta estrutura em forma de piscina foi descoberta, em 2004, perto da cidade italiana de Noceto, tendo sido apelidada de “Vasca Votiva” (algo como “tanque sagrado”).

Os arqueólogos notaram que o buraco tinha cerca de 12 metros de comprimento, sete de largura e mais de três metros de profundidade e que tinha sido feito numa pequena colina, tendo sido depois revestido com postes de madeira, pranchas e vigas. As camadas de sedimentos mostraram que já conteve água.

Terá sido construída entre 1436 A.C. e 1428 A.C., uma altura de grandes mudanças culturais na região, o que reforça a ideia de que foi feita para novos fins rituais, considera Sturt Manning, arqueólogo da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, e um dos autores do artigo publicado, a 9 de junho, na revista científica PLOS ONE.

Não há sinal de que esta estrutura tenha sido usada como um simples reservatório para irrigação, mas sim de que foi construída de uma forma muito elaborada. Além disso, os potes e estatuetas encontrados no seu interior mostraram que era usada para oferendas, acrescenta o investigador.

Manning compara a “Vasca Votiva” ao monumento neolítico de Stonehenge, em Inglaterra, embora este fosse de uma escala muito maior.

“Era como uma piscina infinita, de certa forma, porque ficava no topo de uma colina. Se estivéssemos perto dela, a olhar para ela, veríamos através da água e veríamos alguns dos potes e outros objetos que foram depositados cuidadosamente nele. Mas também estaríamos a olhar para o céu e para as nuvens acima de nós”, explicou.

Segundo o arqueólogo, a introdução destes rituais sobrenaturais nesta estrutura parece ter sido uma tentativa de chamar a atenção das divindades responsáveis pela água e pela chuva (elementos que teriam sido essenciais para as primeiras comunidades agrícolas).

ZAP //

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