87 sessões em 33 utentes, no Hospital São João. Uma “nova esperança” para doentes oncológicos, no aumento da sobrevivência e no alívio de sintomas.
A PIPAC é uma técnica de quimioterapia utilizada sobretudo em doença oncológica no peritoneu, a membrana que reveste a cavidade abdominal.
É aplicado um aerossol, realizada em bloco operatório e guiada por uma câmara, para uma distribuição mais homogénea e concentrada do fármaco de quimioterapia, através de um procedimento cirúrgico minimamente invasivo.
Como a administração do fármaco é direcionada, o tratamento mantém a concentração plasmática baixa, minimizando os efeitos colaterais e a toxicidade da quimioterapia.
Permite melhorar a qualidade de vida dos doentes e, em casos selecionados, os doentes podem recorrer à cirurgia curativa.
O primeiro hospital público português a optar por esta via foi o Hospital São João, no Porto, que aplicou o tratamento em 2022.
Nestes três anos, essa técnica inovadora já foi implementada em 87 sessões, em 33 doentes, permitindo-lhes uma melhoria da qualidade de vida, lê-se em comunicado enviado ao ZAP.
Os resultados mostram melhorias no controlo da doença e mostram também menores efeitos secundários.
Elisabete Barbosa, Diretora Clínica dos Cuidados de Saúde Hospitalares, descreve este tratamento: “Uma perspectiva paliativa, permitindo o alívio de sintomas do cancro peritoneal”.
“Pode permitir o avanço para a cirurgia de citorredução, um procedimento cirúrgico complexo e abrangente realizado com o objetivo de remover todas as áreas atingidas pela doença com um intuito curativo”, explica a especialista.
Elisabete Barbosa resume: “Trata-se de uma nova esperança no tratamento da doença metastática quer na perspetiva de aumento da sobrevivência, quer no alívio de sintomas.”