Pílula pode reduzir o risco de cancro do ovário

O seu papel principal é o da prevenção da gravidez, mas a pílula anticoncepcional também pode ajudar a reduzir o risco de cancro do ovário.

Uma nova investigação, levada a cabo por cientistas da Universidade do Sul da Austrália, permitiu descobrir, com a ajuda da Inteligência Artificial (IA), que a pílula anticoncepcional oral reduziu o risco de cancro do ovário em 26% entre as mulheres que já usaram a pílula e em 43% nas mulheres que tomavam a pílula após os 45 anos.

Segundo o EurekAlert, o estudo também identificou alguns biomarcadores associados ao risco da doença, nomeadamente várias características dos glóbulos vermelhos e certas enzimas hepáticas no sangue. Um menor peso corporal e uma estatura mais pequena mostraram estar associados a um menor risco de cancro do ovário.

Em comparação com as mulheres que não tiveram filhos, aquelas que deram à luz dois ou mais tiveram um risco 39% inferior de desenvolver a condição, revelou ainda este novo estudo, que tem um grande potencial para ajudar no diagnóstico precoce do cancro do ovário.

“O cancro do ovário costuma ser diagnosticado num estágio já avançado”, salientou a investigadora Amanda Lumsden. “A deteção tardia contribui para uma taxa de sobrevivência de menos de 30% em cinco anos, em comparação com mais de 90% para cancros do ovário detetados precocemente. É por isso que é tão importante identificar os fatores de risco.”

Nesta pesquisa, salientou a investigadora, “descobrimos que as mulheres que tomavam a pílula oral tinham um risco inferior de desenvolver cancro do ovário”. “Aquelas que usaram a pílula pela última vez nos seus 40 e poucos anos, tiveram um nível de risco ainda mais pequeno”, acrescentou.

Este indícios fazem com que os cientistas queiram saber se as intervenções que reduzem o número de ovulações podem ser usadas como um alvo para estratégias de prevenção da doença.

Elina Hyppönen, líder do projeto, realçou, por último, que a identificação dos fatores de risco pode ajudar a melhorar as taxas de sobrevivência através da prevenção e deteção precoce.

“É possível que, usando a pílula para reduzir as ovulações ou reduzindo a adiposidade prejudicial, possamos diminuir o risco de cancro do ovário. Ainda assim, serão necessárias mais investigações para estabelecer as melhores abordagens de prevenção, assim como as maneiras pelas quais podemos identificar as mulheres em maior risco”, rematou.

O artigo científico foi publicado, em janeiro, na International Journal of Gynecological Cancer.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.